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Desfalques 'aceleram' sub-23, que começa a dar frutos ao Flu já no Carioca

Gabriel Capixaba comemora gol contra o Bangu; meia faz parte do projeto sub-23 - Mailson Santana/Fluminense FC
Gabriel Capixaba comemora gol contra o Bangu; meia faz parte do projeto sub-23 Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/01/2020 04h00

O Fluminense começou 2020 com o pé direito. No Campeonato Carioca, o Tricolor lidera o Grupo B da Taça Guanabara com 100% de aproveitamento: três vitórias e nove pontos em três jogos. E tudo isso com muitos desfalques: das seleções olímpicas aos lesionados precocemente, o técnico Odair Hellmann precisou recorrer ao novo projeto sub-23 nas relações das vitórias contra Cabofriense, Portuguesa e Bangu. O planejamento foi "acelerado", e os jovens que não seriam utilizados já rendem frutos na temporada.

Sem peças importantes, jovens que seriam maturados no time de transição acabaram escalados já no início de 2020. O atacante Lucas Barcellos, por exemplo, foi titular nos primeiros jogos do Campeonato Carioca. O meia Gabriel Capixaba entrou apenas contra o Bangu, mas deixou sua marca: no segundo toque na bola, marcou o quinto da goleada tricolor.

"O Fluminense aproveita muito bem sua base. Então, é acreditar no trabalho do presidente, e os moleques de Xerém têm que continuar trabalhando. Eu entrei cinco minutinhos e consegui fazer um gol. Essa chance não passava pela minha cabeça, mas trabalhei demais para isso. Todos os dias buscando uma oportunidade e, no segundo toque na bola, consegui fazer um gol", disse


A ideia do sub-23 era a de utilizar o "excedente da produção" em massa de Xerém, a fábrica de talentos do Flu nas divisões de base. O grupo de jogadores que não seriam utilizados mas possuíam contrato vigente com o Tricolor era numeroso, e o diretor-executivo do clube, Paulo Angioni, sugeriu a criação de um time de aspirantes, que será comandado pelo auxiliar permanente Marcão.

Lucas Barcellos é outro jogador que fará parte do sub-23 do Fluminense - Mailson Santana/Fluminense FC - Mailson Santana/Fluminense FC
Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Além de Lucas e Capixaba, o atacante Matheus Pato, outro que figurará no sub-23, também foi utilizado e fez sua estreia como profissional do Fluminense contra o Bangu. Esperança na base, o jogador foi artilheiro do Brasileirão sub-20 em 2015. Com todos à disposição, o atacante Pedro, hoje no rival Flamengo, era seu reserva. Ele também acumula passagens pelo Benfica e pelo Samorin, ambos por empréstimo.

"É a realização de um sonho, mesmo que tenham sido poucos minutos em campo. Passei boa parte da minha vida no Fluminense, devo muito ao clube, a todos os profissionais desde as categorias de base. Então, poder vestir essa camisa na equipe profissional tem um grande significado. Só tenho a agradecer a todos que me ajudaram a chegar até aqui", disse, após o jogo.

O Flu lidera junto com outros grandes um movimento na CBF para aumentar o calendário nacional do sub-23. Hoje há apenas o Campeonato Brasileiro de Aspirantes, que dura quatro meses. Os dirigentes desejam que ele seja aumentado para oito meses, começando em março, e não em julho. Além disso, faz os ajustes finais para a conclusão do terceiro campo do CT Carlos Castilho, que será utilizado pelo time de transição.

Matheus Pato era destaque na base do Fluminense - Mailson Santana/Fluminense FC - Mailson Santana/Fluminense FC
Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC


O objetivo é que o grupo profissional de Odair Hellmann tenha cerca de 25 componentes, com o restante sendo aproveitado pelos aspirantes, incluindo destaques do time sub-20. De férias após a Copa São Paulo, jogadores como o zagueiro Luan, os volantes André, Calegari e Martinelli e o meia Wallace farão a transição com o sub-23 antes de serem pinçados pelo comandante para agregar o elenco principal. O degrau adicionado no processo de maturação dos atletas é um trunfo para o Tricolor na opinião de Angioni.

"Na realidade, olhar para os aspirantes é olhar para o futuro. Ano que vem, o Fluminense vai trabalhar com jogadores de 2001 no grupo profissional. E temos 13 jogadores entre 1999 e 2000 que não teriam nenhum espaço no profissional e ficariam à mercê de um mercado que não dá condições para ele crescer. O problema do futebol brasileiro, há muitos anos, é a transição. O mercado tem uma escassez absurda. Não temos lateral aqui e temos que buscar no Equador. Não temos atacante e vamos buscar no Uruguai. Porque não temos aqui. Estamos tentando fomentar isso", explicou.

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