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Lento de propósito? São Paulo queria controlar o Palmeiras, mas exagerou

Bruno Grossi

Do UOL, em Araraquara (SP)

27/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • São Paulo adotou uma estratégia curiosa para o clássico com o Palmeiras
  • Ideia era controlar a posse para arrastar o jogo e evitar contra-ataques
  • Objetivo foi cumprido no primeiro tempo, mas o time exagerou no segundo
  • A falta de agressividade na etapa final incomodou o técnico Fernando Diniz
  • Torcedores também clamaram por um time mais objetivo

A torcida do São Paulo reclamou da lentidão do time no segundo tempo do clássico contra o Palmeiras, que terminou em 0 a 0 na tarde de ontem (27), em Araraquara. O time muitas vezes tinha campo para agredir mais o rival, mas optava por segurar a posse e avançar com calma, com passes seguros. Até fazia parte da estratégia pensada para o Choque-Rei, mas os excessos incomodaram não só os torcedores. Fernando Diniz também queria ver o Tricolor com mais ímpeto na etapa final.

"Ainda falta treino, o campo estava seco e o calor atrapalhou, além da própria qualidade do Palmeiras, mas mesmo somando tudo isso, a gente precisava ter sido um pouco mais vertical. Ao mesmo tempo, a gente não podia atacar de qualquer jeito porque sabe que eles são muito fortes no contra-ataque. Com Dudu, Luiz Adriano, Verón e Lucas Lima, a gente precisava de calma", explicou o técnico.

O primeiro tempo mostrou que a estratégia poderia funcionar. O São Paulo foi dominante na posse de bola e, com as linhas adiantadas, conseguia rapidamente desarmar o Palmeiras, impedindo contragolpes e iniciando novas ações ofensivas. Só que também na primeira etapa já apareceram alguns problemas oriundos da falta de verticalidade.

Daniel Alves, do São Paulo, em ação contra o Palmeiras no clássico disputado em Araraquara - Rubens Chiri/saopaulofc.net - Rubens Chiri/saopaulofc.net
Daniel Alves, do São Paulo, em ação contra o Palmeiras no clássico disputado em Araraquara
Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Essa posse de bola resultou em chances de gol nem tão claras, em chutes de fora da área e, posteriormente, nas bolas paradas que essas finalizações rendiam. O Palmeiras, mesmo concluindo menos a gol, teve a primeira grande oportunidade, que só não se converteu em gol porque Tiago Volpi bloqueou Dudu no momento certo. Os alviverdes tinham mais apetite para definir os lances ofensivos.

A diferença de postura dos ataques ficou ainda mais escancarada no segundo tempo. O São Paulo perdeu chance incrível após lançamento de Volpi para Daniel Alves e depois disso se resumiu a toques curtos, de lado ou para trás, que pareciam servir apenas para descansar o time e manter o Palmeiras longe da área de Volpi. Hernanes deu razão a essa leitura.

"O clima e o campo acabaram retardando um pouco o jogo e nos prejudicaram mais, porque gostamos dos toques rápidos e a bola não deslizava. Então optamos pela precaução de ficar com a bola e evitar os contra-ataques. Escolhemos um jogo mais pensado do que intuitivo, mas, de fato, ficou menos vertical do que deveria. Faz parte, precisávamos ser inteligentes", ponderou o Profeta.

Quando os torcedores reclamaram nas redes sociais dessa falta de ímpeto ofensivo, pensaram na necessidade que o São Paulo tem de vencer mais clássicos. Diniz e Hernanes concordam com o clamor popular, mas pedem confiança no trabalho que "está se solidificando".

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