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Pepê? Reinier? Jardine pensa em como mudar Brasil sub-23 no Pré-Olímpico

Pedrinho disputa jogo pela seleção brasileira sub-23 no Pré-Olímpico - Lucas Figueiredo/CBF
Pedrinho disputa jogo pela seleção brasileira sub-23 no Pré-Olímpico Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Danilo Lavieri e Pedro Lopes

Do UOL, em Armênia (Colômbia) e em São Paulo

21/01/2020 04h00

A seleção brasileira sub-23 teve um primeiro tempo muito bom diante do Peru na estreia no Pré-Olímpico e chegou a animar torcedor e comissão técnica. A queda no segundo tempo, no entanto, fez André Jardine voltar a pensar em algo que ele constantemente fala publica e internamente: o time que começa a competição dificilmente é o que termina.

O treinador tem 11 jogos no Projeto Olímpico e mantém alguns dos atletas por conta de apresentações no passado, mas sabe que não pode se prender somente a isso na luta por uma vaga em Tóquio.

Os dois principais nomes que têm ido bem em treino são os de Reinier e Pepê. O meio-campista teve a sua contratação anunciada ontem (20) pelo Real Madrid e ganhou a chance de entrar por alguns minutos na estreia. O atacante gremista, por sua vez, não saiu do banco, mas chama a atenção do comandante pelo desempenho nos treinos.

Reinier entrou no segundo tempo da vitória do Brasil contra o Peru - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

O agora ex-flamenguista, na visão de Jardine, dá mais presença de área ao meio-campo do Brasil. Foi por isso, inclusive, que ele entrou no lugar de Pedrinho, do Corinthians. Essa é uma substituição que, constantemente, passa pela prancheta do professor e de seus auxiliares.

Mais à frente, Pepê pode fazer Antony perder espaço. O são-paulino teve um ótimo desempenho nas partidas em que entrou, mas tem visto o gremista crescer de produção e "pedir espaço" como se refere o comandante nos vestiários, especialmente por ser mais incisivo.

O discurso é constante nas preleções de Jardine. Não à toa, Maycon, que entrou nos minutos finais no lugar de Yuri Alberto para reforçar a marcação, citou o discurso do treinador em entrevista concedida na concentração da seleção em Armênia.

"A gente tem um grupo extremamente qualificado. Todos os jogadores, tanto os que estão jogando quanto os reservas, sabem da qualidade de cada um. O Pré-Olímpico é curto, mas temos que trabalhar forte para os de cima não se sentirem confortáveis com a titularidade, assim como os de baixo precisam se esforçar para tentar disputar posição, com a possibilidade de jogar. Jardine já deixou claro que todos disputam posição e o time que começa tem que disputar posição para não dar brecha", afirmou.

Além de Pepê e Reinier, outro que é visto com bons olhos por Jardine é Igor Gomes. O meio-campista são-paulino concorre por um espaço com Matheus Henrique, do Grêmio. Essa substituição, no entanto, é tratada com mais precaução por conta da diferença de estilo entre os atletas. Igor tem menos poder de marcação e é mais criativo, enquanto o gremista é mais defensivo, apesar de sua boa saída de bola. Os dois oscilaram bastante diante do Peru e, por isso, a comissão analisa com cautela a possibilidade de uma troca.

Outra troca é certa: Matheus Cunha, artilheiro da seleção na Era Jardine com nove gols em 11 jogos, voltará a ser titular após ser vetado por um mal-estar na estreia. Yuri Alberto, do Santos, vai perder a posição.

Depois de vencer por 1 a 0 na estreia, o Brasil encara amanhã (22) o Uruguai, a partir das 22h30, em Pereira. Se vencer, o time fica com seis pontos e na liderança isolada do grupo B. Os dois primeiros de cada chave avançam para o quadrangular final, que classifica o campeão e o vice para Tóquio-2020.