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Paranaense começará sem antidoping por corte de gastos

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Imagem: Reprodução

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/01/2020 12h00

O Campeonato Paranaense 2020 começa nesse sábado sem controle antidoping em seus jogos. A decisão é motivada pelo corte de custos, de acordo com o presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, que rompeu contrato com a equipe que até o ano passado fazia o controle, com laboratório dentro da FPF.

Questionado pela reportagem sobre a decisão, Cury se amparou nas determinações da CBF para contra-argumentar: "Qual o problema? Não é obrigatório (ter controle antidoping)", afirmou. Os borderôs, entretanto, preveem o destino de 1% da renda de cada jogo para antidoping. Cury ainda afirmou que a FPF "fará exames antidoping esporadicamente e de surpresa", conforme o desejo dos clubes: "São eles quem pagam. Nós estamos reduzindo custos".

Antigo contratado da FPF para o controle, o médico Fernando Manoel Dias Alves afirmou ao UOL Esporte que recusou o convite para seguir à frente dos exames em reunião com Cury, que os queria esporadicamente. "Nós fazíamos dois por rodada. Há gente envolvida, material, tempo dedicado. Não dá pra fazer assim", declarou.

Os custos dos exames variam entre R$ 2.400 e 7 mil reais, conforme a demanda de jogadores examinados. Sem o controle antidoping regular - ou com ele esporádico, bancado por clubes que tem maior arrecadação, como a dupla Atletiba - o campeonato abre brechas para que jogadores possam usar substâncias que sejam eliminadas em poucos dias entre os jogos.

A primeira rodada não terá controle antidopagem. Entretanto, Cury afirma que a FPF terá uma equipe à disposição, que pode até ser de um estado vizinho, como Santa Catarina. O caso é incomum entre as federações estaduais com clubes na Série A até aqui. Coordenador da comissão antidoping da CBF, o médico Fernando Solera disse que a entidade monitora a situação, mas que lamenta que "a competição possa perder credibilidade por conta disso".