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Paulo Victor fica desconfortável com críticas e nova concorrência no Grêmio

Paulo Victor, goleiro do Grêmio, recebeu críticas na temporada passada - Divulgação/Site oficial do Grêmio
Paulo Victor, goleiro do Grêmio, recebeu críticas na temporada passada Imagem: Divulgação/Site oficial do Grêmio

Do UOL, em Porto Alegre

14/01/2020 12h09

Paulo Victor disse que encara com naturalidade, mas se mostrou desconfortável com as críticas que recebeu no ano passado e a perspectiva de ganhar concorrência ainda maior em 2020 no Grêmio. O goleiro lembrou suas participações positivas em 2019 e disse que seguirá trabalhando.

"Eu cheguei em 2017, o Julio (César) em 2019, provavelmente outro em 2020, e depois outro. No futebol brasileiro, o status do jogador muda muito. Em um ou dois anos, muda. No ano passado teve jogador que não foi vendido por 30 milhões, hoje vai de graça para outro clube. Para sobreviver no futebol tem que ser forte. E eu quero ter essa pressão para o resto da vida. Trazem goleiro, lateral, centroavante, volante. Para sobreviver, é com trabalho e sempre quem vai escolher é o treinador. O convívio no futebol brasileiro é assim, herói numa parte do ano, vilão em outra. E não vai mudar, nem falando, nem passando tempo, é constante. Tem que se aprender a conviver com isso, contratações, cobranças. Eu tenho 33 anos, espero jogar mais quatro ou cinco anos e espero que seja em grandes clubes", disse em entrevista coletiva.

Paulo foi herói no Gauchão ao ter participação decisiva defendendo pênaltis na final. Porém, recebeu críticas ao longo da temporada por falhas na Libertadores e no Brasileiro.

"Não gosto de falar de mim. No futebol é sempre coletivo. Cometi erros? Cometi, não posso fugir deles, sou cobrado por isso. Mas não posso deixar de dizer que fui o menos vazado de todos os goleiros titulares da Série A. Se costuma dar valor para coisas negativas. Fui importante no nosso único título do ano passado. Tenho certeza que também fui importante na Copa do Brasil. Aceito todas as críticas, sou cobrado por isso, tem que aprender a conviver. Não fico feliz, não vou dizer isso, mas tem que saber trabalhar e reconquistar. Há um ano, jogadores eram vendidos há 30 milhões de euros, hoje vão de graça para outra equipe. O futebol é assim. Talvez se faça este questionamento na minha primeira coletiva e eu fale diferente no final do ano", completou.

O jogador admitiu que não gosta do clima de cobrança, mas apenas o trabalho poderá reverter o cenário.

"Incomoda. O ser humano, sempre que se pisam no nosso calo, se fica incomodado. Tem que reverter com trabalho. A crítica é constante na vida, se quer trabalhar para mostrar bom resultado. Nem sempre se sai da forma que se quer. Mas não adianta ficar chorando em casa, tem que colocar a cabeça em Deus, buscar apoio na família. A primeira coletiva ano passado foram as mesmas perguntas, e cinco meses depois eu ajudava minha equipe a ser campeã. As críticas de hoje podem ser os elogios de amanhã", explicou.

Paulo Victor ainda ressaltou que não chegou ao clube por acaso e que se for o caso de sair, poderá conversar com a direção.

"Não fui contratado para ser titular, vim para buscar vaga com Marcelo aqui. Consegui conquistar a vaga com muito trabalho e fui titular por mérito. Se eu tiver que jogar, vou jogar, se não tiver, vou fazer meu trabalho. Eu tenho mais três anos e meio de contrato. Na vida a gente se cobra muito e nem tudo é decisão nossa. Pode chegar Vanderlei este ano, Luiz ano que vem, como tem sido no Grêmio. Se o Grêmio quiser me emprestar, vender o que for, vamos acatar sempre. Não cheguei aqui de favor, foi com trabalho. Temos que saber que depende do treinador, do comandante, tem que tratar e ver como vai ser", disse.

"Não houve nenhuma conversa, o clube não tem que dar satisfação a jogador a todo momento, temos que aprender isso. Tenho mais três anos de contrato e ninguém chega ao clube por favor. Eu abri mão de uma proposta que se eu ficar cinco anos e meio aqui eu não ganharia o que ganharia em três anos lá. Escolhi o Grêmio, não estou arrependido porque temos que viver de momentos. Se é este que se apresentou para mim, vou pegar. Se é para passar por essa cobrança, quero viver mais cinco anos assim", completou. .

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