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Apresentadora desabafa sobre interesse de clube em goleiro Bruno e viraliza

Goleiro Bruno com a camisa do Boa Esporte em apresentação do clube Imagem: Reprodução/ESPN

Do UOL, em São Paulo

07/01/2020 13h36

A apresentadora Jessica Senra, da TV Bahia, afiliada da Rede Globo, viralizou hoje após um desabafo ao vivo sobre o interesse do Fluminense de Feira na contratação do goleiro Bruno.

Durante o Bahia Meio Dia de ontem, ela fez uma dura crítica ao time e ao jogador, condenado pelo assassinato de Elisa Samudio. Durante o posicionamento, ela criticou a chance de o arqueiro voltar à posição de ídolo no esporte.

"Uma pessoa que cometeu um erro, que já pagou por ele em termos judiciais, precisa poder refazer sua vida. E, legalmente, não há nenhum impedimento para que ela exerça qualquer profissão para qual esteja habilitada. Mas, no caso do feminicida Bruno e a profissão de atleta, eu quero questionar você que está aí do outro lado: isso é moral?", desabafou.

"Desejamos e precisamos que pessoa que cometem crimes tenham a possibilidade de refazerem suas vidas. Mas diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o feminicida Bruno voltasse à posição de ídolo? Que mensagem mandaríamos à sociedade?", continuou.

Jessica Senra afirmou que atletas são referências para a sociedade e que a possível contratação passa um recado de que os crimes cometidos não foram graves.

"Atletas são referências para crianças, adultos, são ídolos. Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar e dar para os cachorros comerem é um desrespeito a todas nós mulheres, a todas as crianças e adultos que cresceram sem mãe por causa de homens desprezíveis que tiraram vidas de mulheres. É um desrespeito à toda a sociedade, no país em que 12 mulheres são mortas todos os dias. E mais, colabora com a ideia de que matar mulheres é permitido, desde que você cumpra sua pena ou parte da pena, como é o caso do Bruno, você pode viver sua vida normalmente. Não gente, não pode", afirmou.

Por fim, a apresentadora disse que o clube que contrata um feminicida é tão desprezível quanto os crimes que o goleiro cometeu.

"Assim, quando a gente condena judicialmente, mas tolera socialmente a convivência, o recado dado é que aquela atitude não é tão grave. Portanto, na minha visão, o feminicida Bruno pode e deve voltar a trabalhar e refazer sua vida, mas não na posição de ídolo, não alçado socialmente a uma posição de admiração. O time de futebol que contrata um feminicida como o Bruno é tão desprezível quanto os crimes que ele cometeu", completou.

Veja o desabafo na íntegra:

Uma pessoa que cometeu um erro, que já pagou por ele em termos judiciais, precisa poder refazer sua vida. E, legalmente, não há nenhum impedimento para que ela exerça qualquer profissão para qual esteja habilitada. Mas, no caso do feminicida Bruno e a profissão de atleta, eu quero questionar você que está aí do outro lado: isso é moral?

Desejamos e precisamos que pessoa que cometem crimes tenham a possibilidade de refazerem suas vidas. Mas diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o feminicida Bruno voltasse à posição de ídolo? Que mensagem mandaríamos à sociedade?

Atletas são referências para crianças, adultos, são ídolos. Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar e dar para os cachorros comerem é um desrespeito a todas nós mulheres, a todas as crianças e adultos que cresceram sem mãe por causa de homens desprezíveis que tiraram vidas de mulheres. É um desrespeito à toda a sociedade, no país em que 12 mulheres são mortas todos os dias. E mais, colabora com a ideia de que matar mulheres é permitido, desde que você cumpra sua pena ou parte da pena, como é o caso do Bruno, você pode viver sua vida normalmente. Não gente, não pode.

Para os sociólogos, que estudam a sociedade, o medo da punição é só uma das formas de prevenir crimes na nossa sociedade e não é a mais eficaz. A reprovação, o medo da exclusão da sociedade, a culpa, a vergonha, a autocrítica são mais poderosas do que o medo da pena. Assim, quando a gente condena judicialmente, mas tolera socialmente a convivência, o recado dado é que aquela atitude não é tão grave. Portanto, na minha visão, o feminicida Bruno pode e deve voltar a trabalhar e refazer sua vida, mas não na posição de ídolo, não alçado socialmente a uma posição de admiração. O time de futebol que contrata um feminicida como o Bruno é tão desprezível quanto os crimes que ele cometeu.

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