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Angioni fala de reforços e projeta bom 2020 para o Flu: "Vencer ou vencer"

Paulo Angioni quer ser campeão pelo Fluminense em 2020 - Lucas Merçon/Fluminense FC
Paulo Angioni quer ser campeão pelo Fluminense em 2020 Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/12/2019 04h00

O Fluminense se prepara para 2020 com a esperança de que o próximo ano seja bem melhor do que o que se encerra. É esse o pensamento do diretor de futebol Paulo Angioni. E não poderia ser diferente. Tricolor assumido, o executivo com 39 anos de experiência no esporte tem o sonho de ser campeão pelo clube.

"Pensamos com os mesmos objetivos: vencer ou vencer. Temos que ganhar sempre. Nós somos o Fluminense. É claro que ganhar tudo é sempre um sonho, e em pontos corridos é difícil de competir com times mais ricos, mas futebol é futebol. Entramos para ganhar e nosso objetivo é sempre esse, para 2019, 2020 ou para qualquer ano. É um lema do Francisco Horta [ex-presidente] que é real: o Fluminense entra para vencer ou vencer. Temos um grupo que entende a situação do clube, mantivemos a base e adicionaremos jogadores que melhorarão o elenco", diz.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Angioni mostra a calma e o conhecimento de quem já viu de quase tudo no futebol. Apesar de "nunca" ter tido folga no esporte, desde que começou a trabalhar, o executivo faz questão de dizer que a experiência o torna antigo, e não velho. As ideias modernas e o pensamento acelerado não o deixam envelhecer. Um verdadeiro sábio do futebol, o diretor rejeita a sanha das pessoas pela idade umas das outras e se incomoda com os rótulos do mundo da bola.

"Não pode desligar um segundo. No Natal eu pedi desculpa as pessoas, mas estava tratando para solucionar e atender anseios das pessoas e formar um elenco para já iniciar o ano que vem com o grupo já formado. Eu tenho uma esposa que é compreensiva (risos). Eu gosto de fazer o que faço, e por isso não envelheço. O meu "não-envelhecimento" se dá porque minha cabeça funciona acelerada esse tempo todo. Eu sempre penso na frente, talvez isso tenha me ajudado, sempre fui futurista. Penso o futebol para 10, 15 anos. Coisas que acontecem não me surpreendem", conta.

Mensagens calorosas, como uma em especial que mostra no telefone, o emocionam, e para ele, esse é o motivo de seguir em frente: o amor, como pelo Tricolor, onde quer encerrar a carreira.

"Além da experiência, sempre pensei no futuro. É como o time sub-23. Vão lembrar de mim lá na frente. Não é porque é onde estou, mas sempre estarei disposto a ajudar o Fluminense, e é porque sou tricolor, sempre fui. Nunca neguei isso nos outros lugares que trabalhei, mesmo rivais. Pretendo, inclusive, encerrar minha carreira aqui, depois de ser campeão. É o meu sonho".

Para isso, sabe que precisa fortalecer o elenco. O diretor salientou que as situações de quase todos os titulares estão adiantadas para que estejam no clube em 2020. Apesar de não admitir, sabe da dificuldade, principalmente no caso de Caio Henrique, de malas prontas para o Grêmio. Além dos já anunciados, o clube manterá Digão e Yuri, e está bem perto de um acerto com Allan. Nesse caso, em específico, pesou a vontade do jogador de seguir no clube. O volante bateu o pé e aguarda que seus representantes e o Liverpool resolvam as questões.

"Ele [Allan] quer ficar aqui. Ele deu certo aqui e não quer mudar. Minha história com ele é engraçada: brigaram comigo por eu não ter dado ouvidos para a indicação. Mas tinham esquecido de indicar. Quando ofereceram, fechei. É um jogador incrível, muito decisivo. O presidente [Mario Bittencourt] está fazendo ações de grande austeridade para mantê-los [Allan e Caio Henrique]. Está muito empenhado. Há de se ter esperança. O Fluminense ofereceu algo que duvido que outro clube brasileiro equipare", resume.

Outro caso que deve ter boas notícias para o torcedor tricolor é o de Evanílson, atacante que se destacou em Xerém e tem vínculo se encerrando em fevereiro de 2020. As conversas estão bem encaminhadas, e o jogador deve ficar no clube por mais duas temporadas.

"Houve uma demora para renovar o contrato dele por parte do clube, por opção. Ele estava na base e procuramos para fazer no ano passado, mas não aceitaram, não houve avanço. O tempo passou, o futebol é dinâmico. Agora avançamos bastante e acredito que ele estará conosco em um formato diferente, por mais algum tempo. Há um entendimento legal das pessoas que tratam da carreira dele de que será bom para ele ficar no Fluminense", confirma.

Paulo Angioni também confirmou a procura por dois atacantes de lado. Um deles será Caio Paulista, que deve assinar e ser anunciado nos próximos dias. O outro é Rossi, com situação mais difícil: o Flu quer a liberação do jogador de seu contrato com o Shenzhen, da China, e enquanto isso, negocia com ele. Em comum, o fato de serem de terem passagem pelas divisões de base do clube. Por motivos diferentes, não chegaram ao profissional pelo Tricolor.

"São coisas que acredito que o time sub-23, sim, evitaria. Por mais que sejam motivos diferentes. Eles foram bem fora do clube e aumenta o desejo de ter eles de volta, é como se fosse um dever. Há boas chances de termos os dois", afirma.

Além dos nomes já ventilados, o Fluminense segue no mercado da bola em busca de um lateral-esquerdo, um meia e um centroavante. Para isso, conta com o novo técnico Odair Hellmann, elogiadíssimo por Angioni.

"Não adianta contratar jogador sem o aval do treinador. O Odair sempre foi o nosso nome principal. Por já conhecer o clube, a cultura, isso ajuda muito na adaptação. Ele teve grande sucesso no Internacional, um trabalho muito bom. É um ótimo gestor de grupo, goza de muito prestígio na relação com jogadores e teve grandes resultados. Temos um quadro bem positivo para 2020. O Odair está de férias, mas está incessante no trabalho para formarmos o melhor grupo possível para o ano que vem. Meu sonho é ser campeão pelo Fluminense. Teremos quatro competições a disputar e quero ganhar todas", finaliza.

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