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Jesus vê Flamengo "tão bom quanto Liverpool": "mostramos que somos grandes"

Leo Burlá

Do UOL, em Doha (Qatar)

21/12/2019 18h46

Resumo da notícia

  • O técnico Jorge Jesus enalteceu a atuação do Flamengo na final do Mundial de Clubes
  • O treinador afirmou que o time rubro-negro mostrou estar em outro patamar
  • Jesus ressaltou ainda que o Fla tem condições de manter a hegemonia no Brasil e na América do Sul

Assim como os jogadores do Flamengo , o técnico Jorge Jesus também ressaltou o orgulho pela postura apresentada pela equipe na derrota por 1 a 0 para o Liverpool, pela final do Mundial de Clubes. "Jogamos, como dizemos em Portugal, olhos nos olhos, taco a taco, sem problema algum", disse o Mister.

Estou muito orgulhoso. A diferença foi o gol. Parabéns ao Liverpool. Não tenho nada a dizer para a equipe do Flamengo. O Flamengo mostrou que é uma grande equipe".

O comandante do Fla ressaltou as conquistas obtidas no ano. Desde que chegou, ele levantou a Libertadores e o Brasileiro, faltando apenas a cereja do bolo: "Poderia ser uma temporada inesquecível, mas foi uma temporada brilhante, ganhamos o que poderíamos ganhar sempre e jogamos para ganhar contra o melhor time da Europa".

Agora de férias, o Fla volta amanhã para o Rio de Janeiro. O retorno para casa está previsto entre 20h e 21h.

Veja outras respostas de Jesus:

Substituições

"Fomos mexendo porque havia jogadores com alguma fadiga do jogo. Era importante ter mais velocidade. Tiramos dois jogadores importantes com a bola, mas Everton Ribeiro e Arrascaeta não conseguiam mais chegar com a bola".

O jogo

"O Flamengo fez um jogo extraordinário. E não precisou de ter suas grandes referências a um nível alto. O Flamengo tem três grandes referências que hoje não estiveram no nível deles. Se estivessem, o Flamengo ainda seria uma equipe muito mais forte".

"Foi um jogo, uma final de campeonato Mundial, que traduziu de fato duas grandes equipes. A equipe do Liverpool, campeã da Champions [Liga dos Campeões da Europa], líder do Campeonato Inglês, com o Flamengo no mesmo patamar. Duas equipes que, nos 90 minutos, tiveram várias oportunidades para fazer gol. Na estatística do jogo, o Flamengo esteve melhor em quase tudo, só não esteve melhor nas 13 faltas que cometeu contra 16 do Liverpool. Mas teve mais posse de bola, mais arremates, mais escanteios... É um dado que dá alguma qualidade do jogo".

Proposta de jogo

"A proposta do jogo é a que todos vimos. Vimos uma equipe com uma ideia que foi sempre a que teve durante a temporada comigo, sempre olhando para o gol, com uma ideia ofensiva, de risco, jogando contra um adversário que tem muita qualidade e uma das principais é justamente o contra-ataque. Fomos surpreendidos naquele lance. Na nossa segunda bola ofensiva, deixamos a oportunidade do Liverpool sair. Mas isso é o jogo. A proposta foi a que colocamos em jogo".

"Se todas as equipes conseguissem fazer um equilíbrio tático... Isso não existe. O que existe no futebol é a proposta que fizemos ofensiva e defensivamente. Tivemos várias propostas táticas durante o jogo. Foram duas grandes equipes que jogaram e o Liverpool acabou por conseguir fazer um gol em uma situação com muito mérito. Não há muito para dizer que o Liverpool ganhou porque o Flamengo errou aqui ou lá. Não, zero".

Postura do Flamengo

"A última linha do Flamengo, aqueles quatro jogadores, esteve muito bem. Analisando também um pouco o adversário, está no campeonato com 10 pontos de dianteira em relação ao segundo colocado, não perde há não sei quantos meses, e hoje esteve tão perto de ganhar como também esteve perto de perder, porque jogou com uma grande equipe que é o Flamengo".

A sensação de ser o segundo melhor treinador do mundo

"Queria me sentir como o primeiro. Mas a vida desportiva é feita por títulos, por vitórias, não há rotas morais, isso não conta nem para o presente, nem para o futuro. Agora, também digo que senti um grande orgulho de ser treinador deles nesta final porque perdemos, mas não perdemos em nada para a equipe do Liverpool, a não ser o resultado. Fomos tão bons quanto eles, fomos uma equipe em termos de sistema tático muito mais atrevida. Isso também é para termos algum orgulho do desempenho do Flamengo".

Derrota

"O treinador é qualificado se ganha ou se perde. Hoje, o Flamengo poderia ter feito uma temporada inesquecível, mas não deixou de fazer uma temporada brilhante. Ganhou as competições mais difíceis para ganhar, tinha um campeonato do mundo para ganhar, contra a melhor equipe da Europa. Não ganhou, mas jogou tão bem quanto o Liverpool".

Teste para os brasileiros

"A ideia foi perfeita ao longo desses meses, quando os jogadores partilharam essa ideia com muita qualidade. Não só ofensivamente, mas também defensivamente. Esse foi um teste ao futebol brasileiro. Um teste onde foi demonstrado que, com uma boa organização tática e jogadores de qualidade, se consegue fazer um grande time".

Diferença entre elencos de Fla e Liverpool

"Não houve desnível, diferença entre as equipes. Se as três referências do Flamengo estivessem no nível deles, o Flamengo hoje, não diria que seria vencedor, mas ainda seria muito mais forte. Eu digo, por causa dessa diferença em Portugal, uma equipe nunca vai ganhar a Champions. Mas isso não aconteceu hoje. No futebol brasileiro, se pode se fazer isso, pela qualidade que o jogador brasileiro tem. Dá para perceber e dizer que este Flamengo está no caminho certo".

Cansaço em fim de temporada

"Vocês viram o jogo, foram 90 minutos mais a prorrogação. E viram uma equipe do Flamengo, que tem 77 jogos, contra uma equipe que tem 27 jogos. Não houve muita diferença, só em um ou outro jogador. Até nisto quero destacar a qualidade da nossa forma física e dos jogadores do Flamengo. Tiveram uma intensidade e velocidade, uma disciplina tática enorme para fazer o jogo que fizeram. O Flamengo tem todas as condições para manter uma hegemonia no futebol brasileiro e sul-americano. Mas isso não depende de mim, depende agora da diretoria".

Festejar mesmo com a derrota

"Quando consegue chegar a uma final de Mundial, de uma Champions, de uma Copa do Mundo, quando é o topo, quando chega ao topo... Quando não ganha, também tem de saber festejar porque só os grandes chegam a esse patamar".