Efeito Sampaoli: Por que o Santos demora para acertar com seu novo técnico
O Santos completou na noite de ontem (17) uma semana oficial sem treinador. O nome do futuro comandante é tratado com sigilo absoluto e a diretoria tenta guardar a negociação a sete chaves. A estratégia é a mesma utilizada no mercado da bola durante o processo de contratação de Jorge Sampaoli e, diante do sucesso do argentino, o Peixe quer repetir a fórmula.
Naquela ocasião, o presidente José Carlos Peres tinha tudo praticamente acertado com Ariel Holan, que dirigia o Indepediente (ARG) na época. Ainda assim, não fechou os olhos para outras possibilidades e procurou Guillermo Barros Schelloto, que estava no Boca Juniors, mas acabou esbarrando em Jorge Sampaoli. O nome empolgou a cúpula e teve sinalização positiva do técnico. O acerto, a partir daí, foi rápido.
O cenário de hoje é parecido. A primeira ideia foi tentar manter o auxiliar Jorge Desio, mas internamente o clube já sabia que a alternativa era quase impossível. Sampaoli e Desio são amigos inseparáveis desde a década de 90 e é a calma de Gandhi do auxiliar que complementa a explosão do técnico.
Na primeira reunião do Comitê de Gestão, três nomes foram tratados, mas nenhum com muito entusiasmo e, consequentemente, urgência nas tratativas. Assim, Holan acertou com o Universidad Católica (CHI), Beccacece foi para o Racing (ARG) e Miguel Ángel Ramírez segue no Independiente del Valle (EQU).
Dias depois da reunião, sabendo da preferência por estrangeiros e nomes de impacto, vários técnicos foram oferecidos ao clube, assim como outras sugestões foram entrando em pauta. O espanhol Domènec Torrent, que foi auxiliar de Pep Guardiola durante quase toda a carreira, foi um deles, mas o clube não abriu negociação por preferir alguém mais experiente.
Gabriel Heinze, do Vélez Sarsfield, agrada à cúpula santista e o Peixe o mantém no radar, mas já foi avisado da dificuldade de tirá-lo da Argentina neste momento. O único brasileiro que teve seu nome citado foi Renato Gaúcho, mas não houve sequer sondagem ao técnico que deve permanecer no Grêmio. Ainda assim, o presidente José Carlos Peres afirmou ontem, após o sorteio dos grupos da Libertadores, que trabalha com uma "frente nacional".
O romeno Mircea Lucescu, que afirmou ontem que tem uma proposta concreta do Santos, até é um nome que agrada, mas membros da diretoria do Peixe negaram ao UOL Esporte que o Peixe tenha feito oficialmente tal oferta. A explicação é que um empresário teria intermediado o negócio sem o aval santista. O presidente José Carlos Peres também negou a conversa.
O Santos comunicou o desligamento de Jorge Sampaoli no último dia 10, já perto da meia-noite, e agitou o mercado da bola. Além de pautar o "vai e vem" do Palmeiras, que colocou o argentino como prioridade, também abriu o leque com várias opções para substituir o antigo comandante na Vila Belmiro.
Sampaoli "complicou" busca por substituto
Além de aguardar pelo nome que faça os "olhos brilharem" tanto quanto Sampaoli fez, o Peixe ganhou um desafio a mais após o sucesso do argentino: encontrar seu substituto ideal no mercado da bola.
O técnico foi a principal estrela do Santos na temporada. Um nome de peso que atraiu interesse da mídia mundial e proporcionou ao alvinegro uma exposição maior da marca.
Fora o personagem Sampaoli, o técnico ainda conseguiu encaixar perfeitamente com o estilo de jogo desejado pela cúpula santista: o antigo DNA Ofensivo entrou em harmonia perfeita com o "Sampaolismo".
Esses atributos postos, não é simples encontrar um substituto a altura. A diretoria santista prioriza que o novo comandante mantenha a ideia de jogo do clube e que foi bem executada por Jorge Sampaoli. O nome do antecessor força o clube a novamente trazer um técnico de ponta, de maneira a ter mais respaldo da própria torcida. Na temporada 2019, apesar de três eliminações, Sampaoli nunca esteve ameaçado em seu cargo.
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