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Cinco coisas que todo corintiano precisa saber sobre Luan

LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
Imagem: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre (RS)

16/12/2019 12h00

Luan chega ao Corinthians para retomar a carreira. Decisivo no Grêmio entre 2015 e 2017, o meia-atacante recusou a Europa e sofreu com lesões. Foi alvo de críticas pelo comportamento extracampo e deixa Porto Alegre com status de ídolo, mesmo depois de cumprir a jornada de ápice e queda rapidamente. Em Itaquera, o camisa 7 tem a chance de dar um salto.

O UOL Esporte mostra a trajetória de Luan em cinco atos

Achando o lugar

Luan, durante partida entre Grêmio e São Luiz - Lucas Sabino/AGIF - Lucas Sabino/AGIF
Imagem: Lucas Sabino/AGIF

Luan foi promovido ao elenco principal do Grêmio em 2014, com Enderson Moreira, e rapidamente se tornou peça-chave de um time carente. Mas só na temporada seguinte, com Roger Machado, é que o meia-atacante deslancha. Roger deu liberdade a Luan e tratou de explorar o drible curto do camisa 7.

Centralizado, Luan passou a jogar atrás de um atacante de referência ou então desempenhar a função de jogador mais adiantado para abrir espaço.

As características herdadas do futsal tornaram Luan um jogador bem específico. De difícil definição. Sem ser atacante de área e extrema, mas também longe de ter condições para a função de camisa 10, viu o Grêmio se adaptar a ele em 2016 e 2017. Um time que jogava ao redor da liberdade criativa dele.

Ouro olímpico

Se em 2015 Luan atingiu regularidade, foi no ano seguinte que o destaque chegou com tudo. Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o meia do Grêmio entrou para encaixar o ataque da seleção olímpica que conseguiu a inédita medalha de ouro. A conquista no Maracanã injetou ânimo, botou Luan no holofote nacional e respingou no desempenho pelo Grêmio.

Na reta final de 2016, ele dividiu o papel de protagonista do título da Copa do Brasil diante do Atlético-MG. A conquista encerrou jejum do time gaúcho e conferiu status de ídolo da torcida ao camisa 7.

Rei da América

Luan em treino físico no Grêmio - Lucas Uebel/Grêmio FBPA - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Um novo e importante degrau foi alcançado em 2017. Ao contrário do ano anterior, quando Luan teve sequência de jogos ruins individualmente - com erros técnicos e direito a vaias e cobranças -, a temporada sob comando de Renato Gaúcho foi brilhante. Decisivo na semifinal e na decisão da Libertadores, Luan foi eleito Rei da América pelo jornal "El País".

Mais experiente, passou a flutuar com maestria à frente da área e agregou maior poder de finalização. Foi o auge de um meia-atacante técnico e esperto diante dos marcadores.

Lesões são fantasma

A carreira iniciada tardiamente cobra um preço todos os dias. Sem formação de base, Luan sofre com lesões musculares e problemas crônicos no pé. O primeiro deles foi a fascite plantar, que surgiu ainda na base do Grêmio. A inflamação na sola do pé deu as caras mais de uma vez no profissional e, em 2018, encerrou a temporada do meia-atacante mais cedo.

Em 2019, o Grêmio decidiu afastar Luan com alegação de problemas físicos. Nos bastidores do clube, o jogador era criticado pelo comportamento extracampo. De novo a temporada terminou mais cedo, porém por uma fratura em osso do pé.

Negócios frustrados

Decisivo, goleador, mas sem todos os predicados para bombar no mercado europeu. Luan sempre teve ofertas de clubes de médio porte e nunca esteve perto dos principais times do velho continente. Coube a ele, em 2017 e também 2018, rechaçar as ofertas.

O Grêmio chegou a dar aval para transferência mais de uma vez, contudo o negócio foi frustrado pela clara posição do jogador: ficar em Porto Alegre até conquistar títulos e, depois, só deixar o Rio Grande do Sul para um clube de ponta na Europa.

No rol de interessados, com propostas oficiais e tudo, estavam Newcastle, Spartak Moscou, Sampdoria e Atalanta. Também houve oferta da China e o interesse do Cruzeiro - em negociação que quase levou Thiago Neves para o Grêmio.