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Grêmio avança em novo modelo de negócio e dá ultimato por gestão da Arena

Lucas Uebel/Grêmio
Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

26/11/2019 16h24

O Grêmio tem um novo modelo de acordo para destravar a compra da gestão da Arena. Depois de a Caixa não aceitar as garantias da holding Karagounis, em escopo de negócio montado em 2016, o clube gaúcho ofertou cenário onde parte dos recursos de quitação do acerto serão destinadas às obras do entorno. Existe otimismo, mais uma vez, na conclusão das tratativas.

Hoje (26), a diretoria do Grêmio apresentará os detalhes do acordo a uma comissão do Conselho Deliberativo. Na segunda-feira, os termos foram apresentados ao Conselho de Administração, órgão que compartilha a gestão do clube gaúcho.

O Grêmio depende de aceite de todas as partes envolvidas na operação, mas acredita que o negócio sai antes da virada do ano. Nos próximos dias, Ministério Público do Rio Grande do Sul e os bancos credores (Banco do Brasil, Banrisul, Santander e Bradesco) devem se encontrar com o clube para tratar os detalhes do novo arranjo.

A proposta é que o Grêmio repasse R$ 12 milhões do valor total da quitação do negócio para as obras do entorno do estádio. As intervenções serão executadas pela OAS, que vai inteirar a cifra de R$ 43 milhões - orçamento final das melhorias em vias e rede pluvial do bairro. Os valores serão depositados em uma conta garantia vinculada à prefeitura de Porto Alegre.

"Temos ajuste com OAS, prefeitura de Porto Alegre. Se o Ministério Público aceitar as garantias do Grêmio, o Grêmio dará as garantias dele. Assume seu fluxo na compra do negócio, dará os recebíveis como garantias das obras que serão centralizados em uma conta com recursos do quadro social e a OAS dará mais um valor. Se o MP entender, vamos avançar até 31 de dezembro. E aí, nós entregamos a área do Olímpico", contou Romildo Bolzan Jr., presidente do Grêmio, em entrevista à rádio Itaramã.

Além de otimismo, o Grêmio tem adicionado um tom de ultimato nas conversas. A ideia é fazer com que os bancos e a OAS Empreendimentos topem o negócio logo ou se mantém contrato até 2023, conforme termos assinados no início da parceria.

"Temos todos inventário estrutural do estádio, contratamos escritório jurídico para fazer todos os contratos para o Grêmio. De outra parte, prefeitura e OAS participam de tudo. Estamos muito próximos de concluir… Somente um desastre, somente um desastre, se o Ministério Público tiver uma posição diversa da que temos agora, pode derrubar esse negócio", frisou o dirigente gremista.

Inaugurada em dezembro de 2012, a Arena do Grêmio é administrada pela Arena Porto-Alegrense, empresa formada pela OAS e representantes indicado pelo clube gaúcho. Desde 2013, ainda com Fábio Koff como presidente, o Grêmio negocia a aquisição da gestão do estádio. A Lava-Jato e depois o processo falimentar da empreiteira travaram as negociações. Mais recentemente, houve desajustes com bancos credores e, por fim, com obras do entorno que estavam no escopo do projeto de construção do equipamento.