Topo

O que acontece? 6 dos 8 últimos técnicos campeões brasileiros estão parados

Felipão foi demitido do Palmeiras depois de vencer o Brasileirão 2018 pelo clube - Marcello Zambrana/AGIF
Felipão foi demitido do Palmeiras depois de vencer o Brasileirão 2018 pelo clube Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

23/11/2019 04h00

Parece inacreditável, sobretudo em um país que priorizam resultados em detrimento de um trabalho de longo prazo. Porém, seis dos últimos oito técnicos campeões brasileiros estão fora do mercado. Somente dois seguem atuando no cargo: Abel Braga e Tite.

Nos últimos dez anos, oito técnicos diferentes venceram o principal torneio nacional. Tite foi campeão com o Corinthians em 2011 e 2015. Marcelo Oliveira celebrou com o Cruzeiro em 2013 e 2014. Andrade chegou ao topo à frente do Flamengo em 2009, Muricy foi o ganhador pelo Fluminense em 2010, Abel Braga levou o mesmo Flu ao título em 2012. Cuca ganhou com o Palmeiras em 2016 e viu Felipão seguir o mesmo caminho dois anos mais tarde. Para finalizar a lista, Fábio Carille levou o torneio também com o Timão em 2017.

Mas por que os técnicos campeões brasileiros estão tão desprestigiados no país? Ricardo Perrone, blogueiro do UOL Esporte, responde à pergunta: "Claro que cada caso tem sua peculiaridade. Mas, de maneira geral, passa pelo desgaste que técnicos mais experientes enfrentam no país desde os 7 a 1 na Copa de 2014. Isso mesmo com Felipão voltando a ser campeão brasileiro. Preconceito, maus resultados, acomodação e desatualização. Tem um pouco de tudo aí. Com os bons desempenhos de Jesus e Sampaoli isso tende a piorar", afirmou.

Motivado pelo tema, o UOL preparou uma lista para mostrar a situação de cada comandante em 2019:

Andrade

Retrato de Andrade, ex-jogador e ex-tecnico do Flamengo - Ricardo Borges/UOL - Ricardo Borges/UOL
Imagem: Ricardo Borges/UOL

Ele substituiu Cuca, demitido do Flamengo em 2009. Efetivado para a competição, levou o time ao título nacional e faturou o prêmio de melhor técnico do torneio naquele ano. A conquista coletiva e o troféu individual culminaram em sua permanência na temporada seguinte. No entanto, o trabalho foi interrompido em 23 de abril de 2010. Depois disso, jamais teve chances em gigantes do Brasil. Trabalhou em Brasiliense, Paysandu, Boavista, São João da Barra, Jacobina e Petrolina. Encerrou a sua carreira em 2017 por causa da falta de oportunidades.

Muricy Ramalho

Muricy Ramalho no Globo Esporte - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

Campeão brasileiro pelo Fluminense em 2011, Muricy Ramalho figurou entre os gigantes do país nesta década. Depois de trabalhar no time das Laranjeiras, ele foi técnico de Santos, São Paulo e Flamengo. No entanto, preferiu deixar o esporte depois de sofrer com problemas de saúde. O fato ocorreu em 2016. Desde novembro daquele ano, atua como comentarista do Grupo Globo.

Tite

Tite, durante treino da seleção brasileira em Abu Dhabi - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

É o atual técnico da seleção brasileira e o cargo é graças ao que fez pelo Corinthians na década. Ele venceu o Brasileiro pelo time paulista em duas oportunidades - 2011 e 2015. No período, chegou a ficar um ano fora do mercado para se atualizar e estudar. Tite ainda venceu outros títulos pela equipe de São Paulo.

Abel Braga

Abel Braga, técnico do Cruzeiro - Marcello Dias/Light Press/Cruzeiro - Marcello Dias/Light Press/Cruzeiro
Imagem: Marcello Dias/Light Press/Cruzeiro

Abel Braga venceu o Brasileirão 2012 pelo Fluminense. Desde que deixou o clube, em 2013, o técnico de 67 anos comandou Internacional, Al-Jazira, Flu (novamente), Flamengo e Cruzeiro, seu atual time. Ele assumiu o Fla no início de 2019 e deixou o clube em abril. No mês passado, depois da demissão de Rogério Ceni, aceitou a proposta feita pelo Cruzeiro. É técnico do time mineiro e tem contrato até dezembro de 2020.

Marcelo Oliveira

Marcelo Oliveira no banco de reservas durante jogo do Fluminense contra o Vasco - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

O mineiro foi bicampeão brasileira de forma consecutiva no Cruzeiro. Ele venceu o torneio em 2013 e 2014. No meio de 2015, acabou demitido pela falta de sucesso na Libertadores. Depois disso, teve chances em Palmeiras, Atlético-MG, Coritiba e Fluminense. Porém, mesmo com títulos, não conseguiu se firmar. Está sem clube desde que deixou o Tricolor Carioca, em 29 de novembro de 2018.

Cuca

Cuca, tecnico do Sao Paulo, durante partida contra o Athletico-PR pelo Campeonato Brasileiro - Gabriel Machado/AGIF - Gabriel Machado/AGIF
Imagem: Gabriel Machado/AGIF

Cuca foi campeão brasileiro pelo Palmeiras em 2016. Porém, preferiu deixar o clube ao fim daquele ano. Voltou para o mesmo time no decorrer de 2017 e acabou saindo novamente. No ano seguinte, assumiu o Santos. Ao fim da temporada, disse que pausaria a carreira por tempo indeterminado por problemas de saúde. Em fevereiro, acertou a volta ao São Paulo. A sua estreia foi em abril. Quase seis meses depois, pediu demissão e está desempregado desde então.

Fábio Carille

Fábio Carille, técnico do Corinthians - Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians - Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians
Imagem: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

Ele teve a sua primeira chance como treinador de um grande do Brasil em janeiro de 2017. Fábio Carille surpreendeu logo no ano de estreia e venceu o Brasileirão daquele ano. O bom trabalho o levou para Al Wehda, da Arábia Saudita, em maio de 2018. Ele voltou ao clube no mesmo ano, em dezembro, e foi demitido em 3 de novembro de 2019, depois de uma derrota para o Flamengo.

Luiz Felipe Scolari

Felipão durante partida Palmeiras e Avaí pelo Campeonato Brasileiro - Amanda Perobelli/Reuters - Amanda Perobelli/Reuters
Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Ídolo do Palmeiras no fim do século passado, Felipão voltou ao clube em 2018. Logo em seu primeiro ano, teve a incumbência de acertar a equipe então comandada por Roger Machado. O experiente técnico conduziu os paulistas ao título do Campeonato Brasileiro. Porém, um ano mais tarde, não conseguiu repetir o feito e acabou demitido para a contratação de Mano Menezes.