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Como o São Paulo perdeu Gabigol por causa do Santos e de sobrinho de Raí

Gabriel Barbosa, o Gabigol, quando defendia o Santos - Divulgação/Santos FC
Gabriel Barbosa, o Gabigol, quando defendia o Santos Imagem: Divulgação/Santos FC

Eder Traskini e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

16/11/2019 04h00

O São Paulo sofre em 2019 com o pior ataque de sua história, e já faz um tempo que seu ataque não empolga a torcida. No entanto, o que pouca gente sabe é que o Tricolor paulista ficou muito perto de contar com Gabigol. Não fossem o trabalho de Gustavo Vieira de Oliveira, sobrinho de Raí e filho de Sócrates, e a boa relação com o Santos, adversário de hoje (16), às 17h (de Brasília), na Vila Belmiro, o artilheiro do Campeonato Brasileiro poderia defender o time de Fernando Diniz.

No fim de 2017, Gabriel era bastante questionado na Europa. Sem espaço no Velho Mundo, ele vislumbrava a possibilidade de voltar ao Brasil para retomar a carreira. A Inter de Milão, dona dos direitos do atleta, também via o empréstimo como uma boa solução.

Nesta mesma época, Dorival Júnior era o técnico do São Paulo e havia indicado o nome de Gabigol. Os dois mantinham ótima relação por causa do tempo que trabalharam juntos no Santos. O treinador chegou a ligar e conversar com o atacante para convencê-lo de que o time do Morumbi era a melhor opção. As partes conversaram e ficaram perto de costurar um acordo.

O Alvinegro Praiano, no entanto, também já sonhava com possibilidade de repatriar o jovem. Por isso, o então gerente de futebol, Gustavo, entrou no circuito para negociar. Ex-dirigente do São Paulo, ele conhecia muito bem o diretor da Inter, Walter Sabatine, de outras negociações. Tal fator pesou bastante a favor do clube da Baixada.

No acordo, o Santos ficaria responsável por arcar com parte dos salários e a Inter, com o restante. Para completar, Gabriel também obviamente se sentia confortável com o Santos e, por isso, sentiu-se mais seguro para voltar. Desta maneira, o clube da Vila Belmiro conseguiu superar os tricolores.

Sem Gabigol no horizonte, o São Paulo jogou a maior parte de 2018 com Diego Souza e Nenê como reforços para o sistema ofensivo. A dupla não havia sido indicada por Dorival e tal situação gerou desconforto interno. Neste ano, a aposta do Tricolor paulista para o setor é em Pablo, Pato e Raniel.

Artilheiro na Vila

Gabigol ganhou o apelido ainda nas categorias de base do Santos e foi tratado desde muito cedo como grande promessa. Ele estreou na equipe profissional na despedida de Neymar, de maneira simbólica, como se fosse uma cerimônia de passagem da "faixa" de grande aposta do clube. Fez aos 16 anos e nove meses seu primeiro jogo, e foi um 0 a 0 contra o Flamengo, em Brasília.

Apesar de precoce no time de cima, Gabigol se firmou na equipe já na temporada seguinte balançando 21 vezes as redes adversárias. No total, foram 84 gols com a camisa santista, número que o coloca na oitava colocação entre os maiores artilheiros do Peixe após a "Era Pelé".

Após quatro temporadas como profissional, rendeu R$ 100 milhões aos cofres santistas ao ser vendido para a Inter de Milão (ITA). O fracasso na Europa fez o centroavante retornar ao Peixe dois anos mais tarde para reencontrar o bom futebol. Deu certo. Na sequência, o Santos não conseguiu acertar a sua permanência, e o atacante se transferiu para o Flamengo.

FICHA TÉCNICA
SANTOS x SÃO PAULO

Data: 16 de novembro de 2019, sábado
Horário: 17 horas (de Brasília)
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Competição: Campeonato Brasileiro, 33ª rodada
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Alex Ang Ribeiro (ambos de SP)
VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)

SANTOS: Everson; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Gustavo Henrique e Jorge; Alison, Carlos Sánchez e Evandro; Marinho, Eduardo Sasha e Tailson. Técnico: Jorge Sampaoli.

SÃO PAULO: Tiago Volpi, Juanfran, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Luan; Tchê Tchê e Igor Gomes; Daniel Alves, Pablo e Vítor Bueno. Técnico: Fernando Diniz.

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