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São Paulo gasta mais por mês com ex-diretor de futebol do que com Antony

Vinicius Pinotti, ex-diretor de futebol do São Paulo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

José Eduardo Martins e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

13/11/2019 04h00

O São Paulo vive um momento conturbado em suas finanças. Além de bancar um elenco com jogadores renomados, o clube precisa arcar com dívidas adquiridas nos últimos anos. Entre essas contas, o UOL Esporte apurou que tem o pagamento de empréstimo feito pelo ex-diretor de futebol, Vinícius Pinotti. Por isso, o Tricolor paulista gasta cerca de R$ 350 mil por mês com o ex-dirigente. Ou seja, o valor é bem superior, por exemplo, ao salário de Antony - um dos atletas mais valorizados e importantes do time neste Campeonato Brasileiro.

Então apenas sócio do São Paulo, em 2015, Pinotti emprestou ao clube 4,2 milhões de euros (R$ 12,7 milhões na cotação da época) para que fosse possível fechar a contratação de Ricardo Centurión por quatro anos - sendo que o Tricolor ficou com 70% dos direitos do atleta. O clube era presidido neste período por Carlos Miguel Aidar.

Em 2017, o time brasileiro fechou a venda do jogador argentino para o Genoa, da Itália, por 3,5 milhões de euros (R$ 12,96 milhões na cotação da época), o clube ainda tinha direito a 10% em uma futura transferência do argentino, sendo que havia um teto de 2 milhões de dólares nesta cláusula. O polêmico jogador de 26 anos acertou depois o retorno ao Racing, da Argentina, e hoje defende o Atlético San Luis, do México.

Essa é mais uma dívida de gestões anteriores que ficou de herança. O clube vive um momento turbulento complicado. Segundo relatório da diretoria, o São Paulo tem déficit acumulado somente até agosto deste ano de aproximadamente R$ 77 milhões. O Tricolor paulista admitiu ainda débitos da contratação de Ricardinho (R$ 30 milhões) e com CET (R$ 25 milhões).

O aporte feito por Pinotti, conforme a versão oficial na época, foi de cerca de R$ 19 milhões, pois além da quantia divulgada pela imprensa havia outra parcela equivalente a R$ 4,8 milhões. Por isso, quando a dívida foi negociada, girava em torno de R$ 21 milhões por causa da correção de acordo com o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).

O São Paulo acertou em 2017 - ano em que Pinotti assumiu o cargo de diretor executivo e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ganhou a eleição presidencial - o parcelamento da dívida. O clube teria de pagar 60 parcelas até o fim de 2021 para o executivo. Desta maneira, restam ainda mais R$ 8,4 milhões para serem desembolsados nos próximos dois anos.

Em contato com a reportagem do UOL Esporte, o ex-dirigente confirmou que "está tudo ok, sem atrasos" no pagamento da dívida. No fim de 2017, após um ano conturbado que teve a demissão de Rogério Ceni e o desgaste com o próprio Leco, Pinotti deixou o cargo, sendo substituído por Raí.

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