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Vaiado, trio de veteranos tem relação conturbada com torcida no Atlético-MG

Elias, volante do Atlético-MG, sofre vaias com da torcida em 2019 - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Elias, volante do Atlético-MG, sofre vaias com da torcida em 2019 Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

02/11/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Trio de veteranos do Atlético-MG - Fábio Santos, Elias e Ricardo Oliveira - sofre com vaias e perseguição da torcida
  • Os jogadores têm sequências colocadas em xeque no clube. Todos viram a relação com os torcedores como obstáculo para seguir na Cidade do Galo
  • Fábio Santos está no Galo desde 2016 e tem contrato até o fim do ano que vem. Porém, não sabe se permanecerá na equipe
  • Elias tem vínculo até o final de 2019. O meio-campista não deve ter o contrato renovado no próximo ano
  • Ricardo Oliveira renovou o seu compromisso em setembro de 2018. O atleta de 39 anos, no entanto, pode deixar a equipe na próxima janela

Eles estão acostumados com títulos. Já venceram títulos nacionais e internacionais e até defenderam a seleção brasileira. No Atlético-MG, porém, se tornaram alvo da torcida e veem a vida cada vez mais distante do clube em 2020, mesmo que alguns ainda tenham contrato com duração maior.

Fábio Santos, Elias e Ricardo Oliveira viram a relação com os atleticanos ruir neste ano. O trio é alvo de vaias e não deve permanecer na Cidade do Galo na temporada seguinte.

Fábio Santos chegou ao Atlético em 2016, antes de o clube acertar a venda de Douglas Santos para o Hamburgo, da Alemanha. O lateral esquerdo deixou o Cruz Azul, do México, para assinar com a equipe. Em sua quarta temporada na capital mineira, o jogador vive um momento conturbado e virou um dos alvos da torcida. No último jogo no Independência - a derrota por 2 a 0 para a Chapecoense -, o dono da camisa 6 foi novamente alvo de vaias.

As críticas foram tantas que o jogador nem sequer cobrou o pênalti sofrido por Guga no segundo tempo do confronto. O argentino Franco Di Santo foi quem bateu e desperdiçou a cobrança.

Fábio Santos, lateral esquerdo do Atlético-MG, é criticado por torcedores do clube - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

O lateral esquerdo tem contrato com o Galo até dezembro de 2020. A sua permanência na temporada seguinte, entretanto, é incerta, principalmente pela conturbada relação com os torcedores.

A situação de Fábio Santos é parecida com a de Elias. O volante foi contratado pela antiga gestão do clube, liderada por Daniel Nepomuceno. À época, ele deixou o Sporting, de Portugal, para jogar pelo Galo. Entretanto, o meio-campista não conseguiu se destacar em Belo Horizonte como se esperava.

A passagem do volante pelo time mineiro foi marcada por altos e baixos. Elias chegou com pompa e logo se tornou titular. Em sua segunda temporada, todavia, viu o garoto Gustavo Blanco surgir como uma possibilidade e foi para o banco de reservas, com o jovem meio-campista assumindo a posição. Após lesão grave de Blanco, ele voltou ao time e não saiu mais.

Há três anos em Belo Horizonte, pode deixar o clube sem renovar o contrato que possui. O acordo se encerra em janeiro de 2020 e as tratativas estão emperradas. A diretoria não dá um passo adiante para tentar a manutenção do volante.

Ricardo Oliveira, atacante do Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Ricardo Oliveira, atacante do Atlético-MG, recebe vaias da torcida
Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Ricardo Oliveira foi uma das primeiras contratações anunciadas pela gestão de Sérgio Sette Câmara. Em seu primeiro ano, o camisa 9 foi o artilheiro do elenco, com 22 gols. O bom rendimento e a liderança que exercia sobre o grupo fizeram com que a cúpula concedesse aumento e estendesse o acordo por mais um ano - o atual compromisso se encerra em dezembro de 2020.

O segundo ano de Ricardo Oliveira no Galo é completamente distinto. O dono da camisa 9 ainda é o artilheiro do time no ano, com 14 gols. O problema é que ele vive um momento difícil. Nos primeiros quatro meses do ano, marcou 13 vezes. Desde então, fez apenas um, na vitória do Galo por 2 a 1 sobre o Fluminense, em 10 de agosto passado. Hoje, ele é reserva da equipe. No jogo em que voltou a ter chances, foi vaiado e viu a torcida pedir a volta de Franco Di Santo ao time.

Às vésperas do jogo contra o Fortaleza, na tarde de hoje, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, Vagner Mancini falou sobre a situação do trio e apontou como algo normal.

"É natural que isso aconteça quando você não vem com uma sequência boa de jogos. A culpa cai no colo de alguns que têm mais peso, mais experiência no futebol. Isso é natural, a gente fala sobre isso dentro do elenco. É importante dizer isso a todo mundo que não vive o nosso dia a dia. Todos os atletas têm consciência disso. Não é só no Atlético, é em qualquer equipe", declarou.