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Por que Sampaoli se diz feliz em Santos e encara briga e crise no time

Jorge Sampaoli sorri durante partida do Santos - Marcello Zambrana/AGIF
Jorge Sampaoli sorri durante partida do Santos Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

01/11/2019 04h00

O mistério sobre a continuidade de Jorge Sampaoli no Santos em 2020 continua, mas após a vitória de ontem (31), sobre o Bahia, o argentino deixou um pouco mais claro seu sentimento sobre o futuro.

O treinador reafirmou sua felicidade em viver em Santos e chegou a dizer que foi a "melhor coisa que lhe aconteceu". Normalmente, tal alegria seria suficiente para uma conclusão sobre o futuro, mas não é o caso. Sampaoli teme pelo que será de seu time no próximo ano e não consegue garantir que segue no time.

"Expliquei na coletiva anterior que não sabemos onde estaremos. Por decisão da diretoria, que rompe contratos, ou por decisão do próprio treinador. Nunca se sabe. É um clube que nesse ano me deu possibilidade e felicidade de estar aqui. Tenho muita alegria por passar ano aqui, me sinto um cidadão, parte do povo de Santos me faz sentir assim. Essa felicidade me dá um grande compromisso com o clube e os jogadores que lutamos todos os dias para continuar acima", afirmou o argentino em entrevista coletiva.

A felicidade de pessoa física, porém, contrasta com o lado profissional de Sampaoli. Treinador de sucesso, o argentino quer conquistar títulos com o Santos e seguir atuando ao seu estilo. No entanto, ele teme perder peças fundamentais para a equipe e não sabe se o Peixe vai conseguir repor.

"Há uma realidade que como pessoa física adoraria estar aqui. Viver em Santos foi o melhor que ocorreu comigo. Depois está o profissional, não quero enganar a torcida, vender situações que não existem. Tentei me reunir com Paulo [Autuori], mas não temos claro ainda o próximo ano, necessidades, balanço. Na próxima semana livre, conversaremos sobre os jogadores que pensarão, não tenho claro. Me apresentaram projeto com dificuldade para 2020, mas não sei se clube pode gerar recursos para fazer essa campanha, para mim excelente, se transforme em título. Não tenho claro. Há diferença como cidadão de Santos e de resolver com sensatez e profissionalismo meu futuro", explicou.

O Peixe contratou 14 reforços para a temporada e gastou quase R$ 80 milhões. O investimento não é comum na Baixada Santista e o presidente José Carlos Peres já afirmou que o clube não deve ter grandes contratações para o ano que vem, além de precisar negociar atletas para equilibrar as contas.

"Minha realidade é vir ao Brasil, criar uma história e tratar de em dois anos o Santos ser campeão. Esse é meu sonho. Não sei o que passará ainda. Ninguém acreditava e esse grupo faz coisas muito importantes para o clube. Me obrigo a pensar no agora, não no depois. Me sinto vivo na cidade. Me daria alegria terminar o que comecei. Espero para ver o que ocorre com meu time, meu time é o Santos. Depois, se não suceder nada com minha equipe, verei.

Feliz com eleição na Argentina

"Estou feliz com a mudança na Argentina, o presidente pensa diferente. Respondo o que sinto e o que senti na chegada de um governo que estará pendente com o povo e isso que me faz acreditar que o cidadão argentino não vai sofrer como sofreu nos últimos tempos."

Críticas ao aumento do preço dos ingressos

"Esse tipo de coisa faz pensar que a política está acima da instituição. Isso é incômodo. A Vila estava no 50%, cada vez que vamos jogar fora diminuem os preços dos ingressos e aqui não. Há distância institucional com a torcida. Isso eu sinto e me incomoda. O que ocorreu com Paulo é doloroso, nada soma. Nada soma para a convivência. Ao invés de falar do que planejar, falamos de inconveniente, luta, disputa. Isso não ajuda. Necessitávamos da Vila cheia, gente fervorosa apoiando a equipe. Temos limitações, mas precisamos da torcida e não contamos com isso."

Briga com torcedor ao final do jogo

"Sobre o torcedor, me incomodei porque qualquer pessoa que tente provocar alguém do Santos me incomoda. Esse torcedor é seguramente do Bahia com a camisa do Santos. Por isso fiquei incomodado."

Cronômetro quebrado com arremesso antes de VAR anular gol do Bahia

"Fiquei muito bravo, me senti impotente e depois queria voltar atrás, mas já tinha perdido o relógio."

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