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Brasileirão - 2019

Fluminense joga mal, perde para o Ceará e pode terminar rodada no Z4

Ceará venceu o Fluminense no Castelão e aumentou distância da zona de rebaixamento - LUCAS MERÇON/ FLUMINENSE F.C.
Ceará venceu o Fluminense no Castelão e aumentou distância da zona de rebaixamento Imagem: LUCAS MERÇON/ FLUMINENSE F.C.

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/10/2019 23h27

Em mais uma má atuação, o Fluminense acabou derrotado pelo Ceará, por 2 a 0, no Castelão. A equipe do técnico Marcão fez péssimo primeiro tempo e não conseguiu furar o bloqueio do Vozão na segunda etapa. O resultado negativo pode fazer o Tricolor voltar à zona do rebaixamento após oito rodadas.

Com 30 pontos, o Flu está na 16ª colocação e pode ser ultrapassado caso o Cruzeiro, atual 18º, vença o Botafogo nesta quinta-feira, às 21h30, no Estádio Nilton Santos. Já o Ceará chegou aos 33 pontos e apesar de não ter saído do 15º lugar, aumentou a distância para a zona de rebaixamento para três pontos.

Ricardinho domina meio de campo e dá mais uma linda assistência

O dono do meio de campo do Castelão foi o camisa 8 do Ceará, que coroou a ótima atuação com um lindo lançamento no gol de Bergson. Ricardinho não só lançou como cruzou, passou, desarmou e fechou espaços. Jogando com mais liberdade no esquema montado por Adilson Batista, o meia organizou a equipe e foi o comandante do time na vitória.

Inofensivo, Nenê é retrato da má fase tricolor no Castelão

Na péssima atuação coletiva do Fluminense no Ceará, um jogador conseguiu se destacar negativamente: Nenê. O camisa 77 errou tudo que tentou em campo e, não à toa, acabou substituído ainda no intervalo. Além dos erros técnicos, contou contra o meia, também, a lentidão. O jogador cadenciou demais as jogadas e não funcionou em uma partida que pediu intensidade. Foram 14 perdas de bola, oito passes errados e seis cruzamentos sem direção em apenas 45 minutos.

O jogo

Se começou trocando passes e teve a primeira chance do jogo, com Yony González, aos seis minutos, o Fluminense parou por ali. A posse de bola mais uma vez se mostrou inofensiva e o Tricolor se atrapalhava muito mais do que produzia tentando propor o jogo.

A lentidão nas transições e o preciosismo para concluir as jogadas não demorou a cobrar a conta: aos 13 minutos, a zaga do Flu protagonizou um momento digno de "Os Trapalhões": Nino e Digão fizeram linha de impedimento antes do meio de campo, abrindo espaço para Ricardinho lançar Bergson, que invadiu a área e bateu firme para abrir o placar.

O gol não suscitou mudanças no estilo do Fluminense. Em vez de pressionar, a equipe seguiu com passes inofensivos e perigosos em seu campo de defesa, atraindo um Ceará mais organizado e que parecia disposto a abaixar suas linhas. O resultado foi um time inoperante que parecia não saber sua própria situação na competição. A bagunça era tamanha que o time de Marcão estava quase sempre em desvantagem numérica em relação ao adversário, independente do setor do campo.

Sem meio de campo, o Tricolor era um queijo suíço na defesa, e o Vozão chegava como queria. O lado esquerdo do ataque era o alvo preferido, e Galhardo e Felipe Baxola quase aumentaram o placar. Por ali, a equipe da casa criou pelo menos seis chances, todas em tabelas nas costas de Gilberto, que atuou mais uma vez sem nenhum tipo de cobertura.

Na volta do intervalo, Marcão sacou Marcos Paulo e Nenê e escalou João Pedro e Nenê. Titular pelo segundo jogo consescutivo, o camisa 32 não fazia má partida, mas ao menos as mexidas funcionaram. O Tricolor passou a atuar de maneira mais veloz, seja nos passes ou nas transições, além de ganhar maior presença de área. A equipe seguiu com a posse e foi mais ofensiva, passando, ao menos, a ocupar o campo de ataque.

O problema é que a fase em nada ajuda o Fluminense. O mau momento cobrou a conta, e o time não conseguia criar chances de gol. Aí, Yony González mostrou porque fez apenas um gol em 18 jogos: o atacante colombiano errou tudo e isolou a melhor oportunidade que teve, aos 23 minutos.

A partir dali, o Tricolor passou a pressionar o Ceará e rondou a área adversária. Cruzamentos, passes em profundidade e pelas laterais... nada funcionou. A última tentativa foi com Guilherme na vaga do volante Yuri. E se parecia ver o gol de empate maduro, o Flu acabou assistindo o Vozão matar o jogo em contra-ataque mortal. Sem nenhum marcador no meio de campo, Bergson ganhou de Nino e lançou Mateus Gonçalves, que ganhou de Digão na corrida e bateu no canto de Muriel para fechar o placar e aplicar mais uma vez a "Lei do Ex".

FICHA TÉCNICA
CEARÁ 2 X 0 FLUMINENSE

Local: Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 30 de outubro de 2019 (quarta-feira)
Horário: às 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Auxiliares: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e Andre da Silva Bittencourt (RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)

Gols: Bergson - 13'/1ºT (1-0) e Mateus Gonçalves 46/2º T (2-0)

Cartão amarelo: Yuri (Fluminense)

CEARÁ: Diogo Silva, Samuel Xavier, Valdo, Luiz Otávio e João Lucas (Eduardo Brock); Willian Oliveira, Fabinho, Ricardinho (Pedro Ken) e Thiago Galhardo (Mateus Gonçalves); Felipe Baxola e Bergson. Técnico: Adilson Batista.

FLUMINENSE: Muriel, Gilberto, Nino, Digão e Caio Henrique; Yuri (Guilherme), Daniel, Ganso e Nenê (Wellington Nem); Yony González e Marcos Paulo (João Pedro). Técnico: Marcão.