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OPINIÃO

Nathan explica passagem pelo Chelsea e como virou destaque no Atlético-MG

Nathan deixou de atuar como meia-atacante para se tornar volante no Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Nathan deixou de atuar como meia-atacante para se tornar volante no Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

12/10/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Nathan foi adquirido pelo Chelsea em 2015. O meia-atacante explica por que não seguiu na Inglaterra
  • Emprestado ao Galo, ele só se firmou no segundo ano como jogador do clube. Rodrigo Santana foi quem o transformou em titular
  • Nathan deixou de jogar como meia-atacante para virar volante no time comandado por Rodrigo Santana
  • Ele conta como foi a passagem pela Europa. Além do Chelsea, ele teve contrato com outros três clubes do continente: Vitesse, Amiens e Belenenses

Nathan chegou ao Atlético-MG por empréstimo em julho de 2018. Em sua primeira temporada no clube, fez sete jogos e sequer estava nos planos da comissão técnica de Thiago Larghi. Um ano mais tarde, mudou de posição, tornando-se volante e titular absoluto da equipe. Nos últimos dois jogos, contra Palmeiras e Flamengo, foi o único a balançar as redes pelos mineiros, com dois belos gols. Mas quem é o atleta de 23 anos que deixou o Chelsea, da Inglaterra, como promessa para virar realidade na Cidade do Galo?

O meio-campista foi revelado nas divisões de base do Athletico-PR, chegando ao plantel profissional em 2014. Depois de poucas aparições pela equipe principal, foi negociado com o Chelsea como uma das promessas do futebol brasileiro.

Com contrato até julho de 2020 com os ingleses, Nathan jamais disputou um jogo pelo clube. A ideia era que ele ganhasse experiência em outras equipes da Europa. Não à toa foi emprestado a Vitesse (HOL), Amiens (FRA) e Belenenses (POR). Em suas passagens por outros times, teve mais destaque no futebol holandês. Ainda assim, não foi o suficiente para se firmar no continente europeu. Ele explica, em entrevista ao UOL, o que complicou a sua passagem pelo local.

"Com certeza o clima", disse em tom de brincadeira e aos risos. "O futebol em si não é algo que atrapalha. São chances de podermos aprender sobre diferentes culturas e escolas do futebol mundial. São mais situações de língua, clima e distância da família que acabam pensando mais. Mas como atleta profissional, nunca me deixei abater com estas circunstâncias, pois isso faz parte da nossa trajetória na bola. Dentro de campo eu percebia as diferenças por questões de competitividade, características de jogo, disciplina tática", comentou.

"O brasileiro entende melhor o futebol como uma coisa nossa, como uma prática lúdica e não tanto como ciência. É claro que as coisas mudam, as tecnologias nos auxiliam cada vez mais, mas a paixão e o amor pelo esporte são características muito fortes da cultura brasileira", acrescentou.

Em julho de 2018, depois de um período em Portugal, recebeu a chance de defender o Atlético. Ele foi uma aposta de Alexandre Gallo, antigo diretor de futebol do clube, com quem já havia trabalhado em competições de base pela seleção brasileira. Nos seis primeiros meses, fez apenas sete jogos, todos como reserva.

"Nosso grupo é grande e conta com jogadores experientes. Sempre busquei fazer o melhor nos treinamentos, pois sabia que as oportunidades apareceriam e eu estaria pronto para cumprir com as expectativas da comissão. Ano passado, tive algumas chances quando estávamos com uma equipe alternativa. Desta vez estamos com nossa força máxima e fico feliz de poder contribuir com a equipe e o clube", declarou.

A condição mudou em 2019. Já com Levir Culpi passou a atuar com mais frequência. A condição de titular foi adquirida sob o comando de Rodrigo Santana. No entanto, precisou mudar a forma de atuar. Meia-atacante de origem, passou a jogar como volante.

"Toda carreira joguei mais avançado, mas todo atleta quer jogar. Minhas características de jogo permitem essa polivalência no setor de meio- campo e agradeço ao Rodrigo esta oportunidade, mesmo que não seja a minha posição de origem, pois isso mostra que ele entendeu que poderia ajudar a equipe em mais de uma função do meio para frente", comentou.

Agora, Nathan tem vínculo de empréstimo com o Galo até o fim de 2019. Ele pertence ao Chelsea, mas pode assinar um pré-acordo a partir do próximo ano. Ao ser perguntado sobre a situação contratual, ele deixa a critério do estafe, chefiado pelo agente Giuliano Bertolucci.

"Nós prorrogamos meu contrato agora no meio do ano e me sinto bem aqui no Galo. Quem cuida disso são meus representantes. Meu foco está no campo, até porque a minha permanência ou não por aqui depende diretamente dele. Tenho um grande carinho pelo Atlético e gosto de Belo Horizonte. Espero que dê tudo certo e possamos dar sequência ao trabalho por aqui", afirmou.

"Gosto de jogar aqui no Brasil, mas minha idade me permite ainda muitos objetivos no futebol. Por enquanto, prefiro focar no trabalho aqui no Galo. Temos uma boa relação com os ingleses e eles respeitam nossos desejos e interesses. Quero atuar mais por aqui e deixar o campo apresentar novas alternativas para minha carreira", concluiu.

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