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Tropeços e vaias fazem S. Januário virar "caldeirão às avessas" para Vasco

Alexandre Araújo e Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/10/2019 04h00

Temido pelos adversários, São Januário não tem sido mais o trunfo de outrora para o Vasco. Com apenas um ponto conquistado dos últimos nove disputados no Campeonato Brasileiro e uma cobrança forte da arquibancada nos resultados adversos, o "Caldeirão" está às avessas para a equipe do técnico Vanderlei Luxemburgo.

O jejum de vitórias já se igualou a 2015, ano em que o clube foi rebaixado pela terceira vez em sua história. Na ocasião, o Cruzmaltino empatou com o Internacional (1 a 1, na 3ª rodada); perdeu para a Ponte Preta (0 a 3, na 5ª rodada); e perdeu para o Cruzeiro (1 a 3, na 7ª rodada).

No Brasileiro de 2017, o Vasco não teve uma sequência favorável como mandante, mas, após a derrota para o Flamengo, que gerou uma grande confusão em São Januário, o Cruzmaltino mandou diversos jogos longe da Colina.

Na derrota para o Santos ontem (4), o clima de pressão já foi sentido com pouco menos de 20 minutos do primeiro tempo, quando mesmo diante de um time que briga pelas primeiras posições do Campeonato Brasileiro, a torcida cobrou empenho com o placar ainda em 0 a 0: "Ei, Vasco! Vamos jogar!".

Após Rossi desperdiçar sua cobrança de pênalti, o atacante não foi perdoado, mesmo tendo sido o heroi da vitória três dias antes, quando fez um gol e deu assistência para outro na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG fora de casa.

Estádio de São Januário é um fator de peso para o Vasco no Campeonato Brasileiro  - Rafael Ribeiro / Site oficial do Vasco - Rafael Ribeiro / Site oficial do Vasco
Vasco fez apenas um ponto dos últimos nove disputados em São Januário no Campeonato Brasileiro
Imagem: Rafael Ribeiro / Site oficial do Vasco

Outro bastante vaiado ao longo do segundo tempo foi o lateral esquerdo Danilo Barcelos, que chegou a pegar a bola para cobrar a penalidade, mas recebeu a determinação do técnico Vanderlei Luxemburgo para que a repassasse a Rossi.

Quando a partida terminou, o atacante foi novamente hostilizado e, antes de descer para o vestiário, acenou com um sinal de positivo com as mãos, deixando no ar o suspense se isto foi um gesto de aceitação às críticas ou uma ironia.

Tanto Rossi quanto Danilo Barcelos não quiseram conceder entrevistas coletivas na zona mista após o jogo.

"Não minto, o torcedor tem que entender. Estamos num processo de reconstrução de uma equipe. De uma equipe não, de um clube. Sabemos das nossas limitações, do que podemos e do grupo que nós temos. Temos que aplaudir esse grupo, que quando eu cheguei tinha um ponto e hoje tem 27 pontos. Tem tido grandes atuações", enalteceu o técnico Vanderlei Luxemburgo.

Briga e copos atirados

Briga na proteção atrás do gol de São Januário foi rapidamente contida pela segurança do estádio - Bruno Braz / UOL Esporte - Bruno Braz / UOL Esporte
Briga na proteção atrás do gol de São Januário foi rapidamente contida pela segurança do estádio
Imagem: Bruno Braz / UOL Esporte

Da arquibancada ainda aconteceriam dois episódios complicados: no primeiro, o lateral esquerdo Jorge, do Santos, provocou a torcida vascaína na saída de campo e foi revidado com copos de cerveja atirados no gramado. A arbitragem passava no momento do ocorrido.

Por fim, uma briga de torcedores aconteceu em frente ao portão atrás do gol, onde se situa uma organizada, mas ela foi rapidamente contida pela segurança.

Henrique foi a vítima contra o Bahia

Gilberto comemora gol no jogo do Bahia contra o Vasco - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Na derrota para o Bahia por 2 a 0, a vítima da vez foi o lateral esquerdo Henrique, cria da base cruzmaltina. As vaias se intensificaram conforme os gols do Tricolor baiano foram saindo.

Nesta partida, até mesmo o prestigiado e respeitado capitão Leandro Castan ouviu tímidas vaias.

"Desde o início do campeonato fala-se que o Vasco seria um dos candidatos ao rebaixamento e isso gera uma instabilidade grande na equipe. O lado emocional está presente na produtividade da equipe. Uns suportam mais pressão, outros não", avaliou Luxemburgo.

Luxa lutou por São Januário

Vanderlei Luxemburgo durante Vasco x Bahia - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Antes de se iniciar a maré de tropeços em São Januário, o técnico Vanderlei Luxemburgo comprou a "briga" com a diretoria para que ela não mais vendesse os mandos de campo da equipe como já havia feito contra Corinthians, Flamengo e CSA, neste Campeonato Brasileiro.

Na ocasião, o treinador pediu diretamente ao presidente do clube, Alexandre Campello, e teve seu desejo acatado. Como argumento para convencer o dirigente, Luxa enfatizou que São Januário era um "12º jogador" da equipe.

Mesmo com o jejum de três jogos sem vitória em casa, o treinador continua acreditando na força do "Caldeirão" e prefere se apegar ao futebol que o time tem apresentado.

"Hoje o Vasco é uma equipe que o adversário vem aqui e nos respeita, sabendo que estamos jogando um grande futebol. Isso é muito bom", destacou.

Na próxima quinta-feira, o Vasco vai a Florianópolis (SC) onde enfrenta o Avaí pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os catarinenses estão na zona de rebaixamento.

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