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Sem planejar discurso, Silvia celebra: "Prêmio é mostrar que eles existem"

Silvia Grecco em premiação da Fifa ao lado do filho Nickollas Imagem: Simon Hofmann - FIFA/FIFA via Getty Images

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

24/09/2019 10h34

Na tarde de ontem (23), a brasileira Silvia Grecco conquistou o prêmio Fifa Fan Award ao lado do filho Nickollas. Em conversa com o UOL Esporte, a mãe palmeirense que narra os jogos ao garoto há sete anos relatou os momentos de emoção durante o evento e exaltou o "verdadeiro significado" do troféu que tem o objetivo de consagrar os torcedores que se destacaram no ano.

"Eu vou ser sincera. O maior prêmio hoje é a gente poder estar representando tanto os excluídos, as pessoas que vivem à margem, tantas pessoas que o vizinho do lado não enxerga. É a gente poder estar falando isso, mostrar que eles existem, buscar respeito, oportunidade para todos. Esse é o maior troféu. Só pode ser esse o motivo de tudo isso, porque minha atitude sempre foi muito simples. Nunca tivemos a vaidade de estar aparecendo, são sete anos que estávamos lá", disse Silvia, em contato com o UOL ainda do hotel em Milão.

Silvia marcou a história do futebol mundial ao ser "flagrada" pelo jornalista Marco Aurélio Souza, da Globo", narrando os jogos do Palmeiras para o filho Nickollas, deficiente visual e diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista. Ao subir no palco para receber o prêmio das mãos de Andrea Pirlo, a mãe fez um discurso emocionante que não foi planejado antecipadamente.

"Ontem, durante o almoço, uma moça da Fifa que estava nos acompanhando, perguntou a mim e ao Sr. Justus (uruguaio também concorrente ao prêmio) se a gente tinha preparado o discurso. Eu disse que não preparei nada. E ele também não tinha preparado nada. Eu falei: 'bom, se eu subir naquele palco, eu vou deixar falar a voz do coração'. Foi realmente vindo de dentro", contou Silvia.

Durante o evento realizado em Milão, Silvia e Nickollas puderam conhecer os ídolos do futebol mundial e até receberam um presente especial de Kaká.

"Tivemos oportunidade de conhecer vários jogadores, inclusive muitos brasileiros que estavam lá, tão carinhosos com a gente: Marcelo, Alisson, Messi, Roberto Carlos, o Dunga. Foram tantos... Tantas pessoas, tanto carinho. Um carinho que recebemos também do Kaká, ele nos mandou uma mensagem linda e uma camisa daqui em braile, braile em relevo. Chorei muito de emoção. Foram coisas marcantes que estão muito vivas dentro de mim. Estou muito emocionada até agora", falou a mãe de Nickollas.

A brasileira concorreu ao prêmio junto com a torcida holandesa da Copa do Mundo de Futebol Feminino e o uruguaio Justo Sánchez. Segundo Silvia, chegar à premiação da Fifa nunca foi um objetivo, mas atualmente ela entende que a história dela e do filho é uma missão.

"Confesso que para levantar daquela cadeira, chegar até aquela escada e subir parecia uma eternidade. A emoção é tão grande que o coração parecia que ia sair pela boca, as pernas tremiam, eu precisei respirar fundo. Inclusive no microfone eu respirei fundo, porque fiquei muito emocionada: 'olha onde chegou nossa história'. Eu nunca imaginava. Nós nunca tivemos essa vaidade, mas agora a gente entende isso como uma missão", destacou Silvia, que narrou toda a cerimônia ao filho.

"Eu fui descrevendo tudo para o Nickollas, os bastidores. E depois nós saímos por trás do palco, eles fazem uma entrevista, tiramos fotos. Ele estava muito emocionado. Ficava pulando lá atrás, ria muito. Do jeito que ele faz nos jogos, ele estava lá, todo emocionado. Foi tudo perfeito", finalizou.

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