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Caso Emiliano Sala: Duas pessoas são presas por vazarem imagem de autópsia

Emiliano Sala em partida do Nantes - Jean-Francois Monier/AFP
Emiliano Sala em partida do Nantes Imagem: Jean-Francois Monier/AFP

Do UOL, em São Paulo

23/09/2019 11h43

Dois funcionários de uma empresa de monitoramento por câmeras de segurança foram presos por acessar ilegalmente imagens da autópsia de Emiliano Sala. O jogador tinha sido contratado pelo Cardiff Ciry, quando o avião em que viajava se acidentou, matando-o, em janeiro.

O corpo foi recuperado em 6 de fevereiro e passou por autópsia no dia seguinte, no Bournemouth Borough Mortuary. De acordo com a Sky Sports, Sherry Bray, 49, diretora da Camera Security Services Limited (CCTV), de Chippenham (Inglaterra), e seu funcionário, Christopher Ashford, 62, acessaram as imagens do procedimento no corpo de Sala.

Na investigação policial, foi descoberto que Bray mandou uma mensagem a Ashford: "Há um [corpo] legal na mesa para você assistir quando você chegar". Eles reproduziram o vídeo, cada um em seu turno de trabalho, e Bray tirou uma foto da imagem, mandando-a para sua filha. A imagem acabou vazando nas redes sociais.

Depois do anúncio de investigação, Bray apagou a imagem de seu aparelho, assim como Ashford.

O promotor Robert Welling afirmou que Bray teve um "papel fundamental" em construir uma cultura de trabalho em que "tanto ela quanto outros funcionários assistiam a autópsias nas filmagens de segurança".

Basil Purdue, que trabalha no setor de autópsias, afirmou que não sabia que as câmeras filmavam os procedimentos e afirmou que, se soubesse, "não permitiria essa prática, que é uma quebra flagrante na confidencialidade médica."

Em comunicado, a irmã do ex-jogador, Romina Sala, afirmou que as ações de Bray e Ashford são "más e perversas". "Nunca conseguirei apagar essa imagem da minha cabeça. Meu irmão e minha mãe nunca vão esquecer. Para mim, é difícil viver com isso."

Bray cumprirá 14 meses de prisão, enquanto Ashford foi condenado a 5 meses.