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De volta à zona de rebaixamento, Cruzeiro faz contas por um returno melhor

Rogério Ceni tem tarefa complicada de melhorar os números imediatamente para afastar ameaça do rebaixamento - Bruno Haddad/Cruzeiro
Rogério Ceni tem tarefa complicada de melhorar os números imediatamente para afastar ameaça do rebaixamento Imagem: Bruno Haddad/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

17/09/2019 12h00

O Cruzeiro acaba de concluir seu pior primeiro turno de Campeonato Brasileiro na história. Com apenas 18 pontos, o clube ainda voltou para a zona do rebaixamento no domingo, algo que não acontecia há cinco partidas. Agora, com a outra metade do torneio pela frente, a equipe de Rogério Ceni faz as contas para escapar o mais rápido possível da degola. Para isso, terá que superar algumas adversidades e fazer diversos reparos.

Tratado pelos matemáticos como número mágico para assegurar a permanência na primeira divisão, os 45 pontos são, hoje, a primeira e única meta cruzeirense. Para chegar lá, será necessário fazer pelo menos mais 27 pontos no returno, exatamente como aconteceu no ano passado. Desde 2006, quando o campeonato passou a ser disputado por 20 clubes e pontos corridos, somente em três ocasiões (2006, 2011 e 2012) o clube não bateu essa marca.

Rogério Ceni tem convicção de que o Cruzeiro sairá dessa situação, mesmo que demore um pouco até o time se ajustar. Mas é justamente esse o grande desafio do técnico: achar a equipe ideal sem deixar pontos pelo caminho. Contra o Palmeiras, mudanças já foram muitas. O comandante até gostou da evolução em campo, mas ainda não está certo que aqueles serão seus novos titulares. Fato é que o Cruzeiro perdeu mais uma (1 a 0).

Presente nas duas últimas últimas edições da Libertadores, o Cruzeiro dificilmente voltará ao torneio continental no ano que vem. Para isso ser feito, o time precisaria fazer uma campanha de líder no segundo turno. No ano passado, o rival Atlético-MG assegurou a última vaga no G-6 com 59 pontos. Para bater essa marca, a Raposa teria que fazer 41 dos próximos 57 pontos, ou seja, quase 72% de aproveitamento. Mesmo se o atual G-6 se transformar em um G-8 (com eventuais títulos brasileiros na Libertadores e Sul-Americana), já não seria uma missão fácil.

Portanto, a Sul-Americana passa a ser considerada uma realidade bem mais próxima caso o clube consiga bater sua meta mais urgente e escapar das últimas colocações.

O mês de setembro ainda reserva três jogos importantíssimos para o Cruzeiro. O próximo é contra o líder e empolgadíssimo Flamengo, neste sábado, no Mineirão. Em seguida, dois adversários diretos na luta contra o descenso: Ceará e Goiás.

Se quiser permanecer na primeira divisão, a equipe de Rogério Ceni precisará não só triunfar contra times da parte baixa da tabela, mas principalmente começar a vencer fora de casa. Por coincidência, a última vitória como visitante no Brasileirão aconteceu justamente contra o Ceará, mas ainda na edição de 2018, há um ano e três meses.

Por último, gerir e blindar o grupo também será necessário para respirar novos ares nos últimos meses do ano. Desde maio, a diretoria enfrenta uma crise institucional e convive com denúncias de irregularidades na gestão do clube. Financeiramente, a situação também não é das melhores. Na semana passada, a cúpula conseguiu pagar o salário dos jogadores referente ao mês de julho, restando agora a pendência com atletas e funcionários em relação ao mês de agosto.

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