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Única Copa do Brasil do Inter abriu mercado brasileiro para pai de Gatito

Gato Fernández (e), com o também ex-goleiro Benítez (centro) e o filho, Gatito (d) - Divulgação/Inter
Gato Fernández (e), com o também ex-goleiro Benítez (centro) e o filho, Gatito (d) Imagem: Divulgação/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

11/09/2019 12h00

A cidade de Assunção fica bem longe de Porto Alegre. Mas a ligação entre o paraguaio Roberto "Gato" Fernández e o Inter segue firme até hoje. Goleiro no título da Copa do Brasil de 1992, o pai de Gatito, titular do Botafogo, promete torcer pelo Colorado à distância e entende que abriu mercado no Brasil com a conquista daquele torneio.

A única taça da Copa do Brasil conquistada pelo Inter teve em Fernández um dos pilares. Além dos jogos decisivos mais a fundo no torneio, uma partida chamou atenção do paraguaio: a estreia contra o pequeno Muniz Freire, do Espírito Santo.

"Eu me lembro muito bem do nosso grupo, era muito forte e unido. Começamos a caminhada contra um time do Espírito Santo. Ganhamos as duas partidas e arrancamos para o último título nacional do Inter", disse ao UOL Esporte.

O Colorado fez 3 a 1 fora de casa, 5 a 0 no Beira-Rio e avançou para pegar o Corinthians. Do time paulista, passou com uma goleada por 4 a 0 fora e empate em 0 a 0 em casa, chegando à fase seguinte para pegar o Grêmio. Com dois empates por 1 a 1, Fernández brilhou. O paraguaio pegou duas cobranças na disputa de pênaltis.

"Foi um título muito importante para mim, me abriu o mercado no Brasil. Também fui campeão gaúcho. E o Inter é o time que torço no Brasil. Me lembro com muita saudade desta época. Fui muito feliz no Inter", contou.

Gato Fernández (o goleiro) no time do Inter campeão da Copa do Brasil de 92 - Reprodução/Site oficial do Inter - Reprodução/Site oficial do Inter
Imagem: Reprodução/Site oficial do Inter

Fernández já era veterano naquela época. Tinha 38 anos, mas o apelido de "El Gato" se justificava pela agilidade.

Na semifinal, o Inter venceu os dois jogos contra o Palmeiras. Na final perdeu por 2 a 1 para o Fluminense no Rio, venceu por 1 a 0 em Porto Alegre e ergueu a taça graças ao saldo qualificado (gol fora de casa). "Lembro que foram jogos muito difíceis, mas graças a Deus deu tudo certo", sorriu.

Depois do Inter, Gato Fernández defendeu o Palmeiras por um ano antes de voltar ao Paraguai, onde encerrou carreira pelo Cerro Porteño em 1997 com surpreendentes 43 anos.

Para ele, além de abrir mercado naquela transferência, ter conquistado títulos por Inter e depois Palmeiras também pesou para a aceitação do filho no Brasil. Gatito já chegou respaldado pelos feitos do pai. O atual goleiro do Botafogo defendeu, antes, Vitória e Figueirense no país.

Gato Fernández mantém, hoje, no filho a ligação com Brasil. E ainda que queira o bem do herdeiro e torça pelo Botafogo quando ele está em campo, nesta quarta o coração estará com Inter, na crença de que os feitos de 1992 possam ser repetidos.

"Vou acompanhar o jogo, claro, aqui de Assunção. O Inter tem jogadores muito bons, um grupo experiente, quero festejar muito e voltar a ver o Colorado gritar campeão", finalizou.

O Inter abre a final da Copa do Brasil na noite de hoje (11) contra o Athletico Paranaense. O jogo será disputado na Arena da Baixada, a partir das 21h30 (de Brasília). O jogo de volta, no Beira-Rio, está marcado para dia 18.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, a vitória do Internacional sobre o Corinthians por 4 a 0 foi no Pacaembu, não no Beira-Rio.

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