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Palmeiras se fecha e silencia após eliminação, e isolamento já incomoda

Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras, conversa com o técnico Felipão - Cesar Greco/SE Palmeiras
Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras, conversa com o técnico Felipão Imagem: Cesar Greco/SE Palmeiras

Bruno Grossi e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

29/08/2019 04h00

O dia após a eliminação do Palmeiras da Copa Libertadores, com derrota por 2 a 1 para o Grêmio no Pacaembu, foi como qualquer outro. O clube manteve sua rotina de isolamento, treinos fechados e poucas declarações. Nenhum membro da cúpula alviverde apareceu para falar, e a imprensa teve acesso apenas aos já tradicionais 10 minutos de aquecimento do elenco. Essa rotina já dura mais de um ano e começa a despertar alguns incômodos internos.

Pessoas no clube, inclusive na diretoria, já questionam o fechamento excessivo que começou no ano passado, pouco depois da chegada do técnico Luiz Felipe Scolari. Nas primeiras semanas, o técnico ainda abriu alguns treinos, em padrão seguido pela maioria dos clubes grandes do país, mesmo os que preferem atividades fechadas. Mas logo todos os trabalhos passaram a ser completamente fechados.

À época, a justificativa foi de que havia sido uma decisão conjunta da diretoria com a comissão técnica e os próprios jogadores, com o objetivo de preservar o elenco em um momento de reta decisiva da temporada. Mas o modelo se mantém até hoje. Nenhuma atividade técnica ou tática do Palmeiras, nem mesmo jogos-treinos ou trabalhos apenas com reservas, pode ser observada.

O acesso aos jogadores também minguou de um ano para cá, com entrevistas exclusivas e entradas ao vivo sendo cada vez mais difíceis de serem liberadas. A torcida passou a ouvir a palavra do elenco e da comissão técnica somente nas coletivas, que também tiveram seu número reduzido, ou na zona mista após as partidas.

Depois da derrota para o Grêmio, porém, nem isso aconteceu. Em dia de eliminação da Libertadores, principal meta da equipe no ano, apenas Felipão falou em entrevista coletiva. Ao seu lado, por obrigação da Conmebol, estava o recém-chegado Luiz Adriano, que respondeu rapidamente a apenas três perguntas. Nenhum jogador passou pela zona mista para falar com a imprensa, e dirigentes importantes, como o presidente Maurício Galiotte e o diretor Alexandre Mattos, também silenciaram.

Um dos pontos que despertam incômodo nesse isolamento todo é que ele impede até que histórias positivas do time ganhem mais repercussão quando a equipe atravessa um bom momento. E há alguns jogadores que consideram esse isolamento excessivo prejudicial por descolar o time da realidade e dos torcedores. Ainda assim, por enquanto, a postura não deve sofrer modificações. Há o entendimento de que é um direito do clube limitar o acesso a treinos e jogadores.

Até a manhã de hoje, não havia nenhuma entrevista prevista no Palmeiras até o fim de semana, quando a equipe volta a campo pelo Campeonato Brasileiro, única competição que restou na temporada. Essa programação foi alterada e uma entrevista coletiva foi marcada para o começo da tarde, na Academia de Futebol.

Em terceiro lugar, o Verdão retoma o Brasileirão no domingo (1º) e faz um confronto direto com o líder Flamengo, que tem três pontos a mais, no Maracanã. Vale ressaltar que a agremiação alviverde está com um jogo a menos na competição nacional.

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