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Mattos banca Felipão e pede desculpas por "derrota mais dolorosa" no clube

Bruno Grossi e Flávio Latif

Do UOL, em São Paulo

29/08/2019 14h14

Depois do silêncio na eliminação para o Grêmio na Copa Libertadores da América e no dia de ontem, a diretoria do Palmeiras resolveu se manifestar na tarde de hoje na Academia de Futebol. O diretor de futebol Alexandre Mattos comandou uma entrevista coletiva e aproveitou para bancar o técnico Luiz Felipe Scolari e pedir desculpas ao torcedor pela ausência nos últimos dias e pela queda no torneio internacional.

"A primeira coisa é que não falamos porque tivemos um desencontro. Não teve nenhum pedido ou posicionamento para que ninguém falasse. Eu e todo pessoal achávamos que o torcedor mais do que nunca tinha que ter uma resposta. Mudaram o local da zona mista no Pacaembu e o vestiário do mandante estava já na saída. Acabou que aconteceu", iniciou o dirigente, que prosseguiu com um pronunciamento antes de abrir espaço para perguntas:

"A segunda coisa que quero dizer é que o Felipe é nosso treinador e está conosco. Não passa por nossa cabeça fazer uma troca. Ele é o atual campeão brasileiro e há muito pouco tempo tinha recorde atrás de recorde. Vamos prosseguir no que entendemos ser o melhor para o Palmeiras. Por último queria pedir desculpa ao torcedor. Sem dúvida alguma foi a derrota mais dolorosa de todas. Eu sou profissional de vestir a camisa e amo minha profissão e estar no Palmeiras. Tinha o sonho de buscar a Libertadores. Estava na mão, erramos e precisamos aprender. Têm sido de luto, no vestiário foi absurda a tristeza".

Um dos primeiros questionamentos da coletiva foi sobre a montagem do elenco, que tem recebido críticas da torcida. Felipão disse que não falta nada para o grupo, enquanto Mattos tentou detalhar o procedimento adotado pela diretoria para contratar e manter jogadores em 2019. Para se defender, o cartola lembra que a imprensa costuma dizer que o Palmeiras tem o melhor elenco do Brasil.

felipão - reprodução/TV Palmeiras - reprodução/TV Palmeiras
Imagem: reprodução/TV Palmeiras

"O Felipão disse que não falta nada e é o treinador que sempre decide. Na parada para a Copa América, além de não perder ninguém, contratamos. Fomos campeões ano passado com esse elenco. Foram 12 ou 15 jogos com time alternativo e buscamos títulos. Mantivemos Dudu, Gustavo Gómez, Bruno Henrique... Estamos pensando no projeto de presente e futuro, mas agora vem a falta de paciência.A grande maioria dos críticos diz que temos o melhor elenco do Brasil, mas agora na hora de perder ninguém presta. Respeitamos o manifesto do torcedor. Tenho respeito por eles todos, sou bem recebido nas ruas e nas organizadas e vou continuar respeitando", ponderou Mattos.

Essa afirmação sobre as organizadas vem um dia após Mattos receber acusações graves em um manifesto feito pela Mancha Verde, principal uniformizada do clube. A publicação dos torcedores falava em irregularidades na gestão e pessoais do dirigente, que diz lamentar apenas por ver sua família exposta a isso.

"Respeito todos. Dentro do estádio, a torcida foi espetacular até os 49 minutos do segundo tempo. O comportamento deles foi exemplar, nunca foi diferente disso. Dentro de campo, teve apoio incondicional. Esse papo de apoio na derrota em outros lugares é balela, aqui é verdade. Começou o jogo eles apoiam. Termina, apoiam. Estando felizes, tristes, putos... E respeito por isso. Ainda mais pelo carinho que eles nos dão. Eu sempre fui absolutamente bem recebido. Tenho respeito muito grande pelos que conheço e sei que até eles escreveram tudo. O sofrimento fica mais pela família que viu tudo aquilo, mas minha vida é limpa. Se têm algo contra, provem. Estou aqui porque minha vida é limpa e mantenho caráter e coração. É a família que sofre. E sei que eles (na organizada) têm um batalhão de gente que cobra para xingar Felipão, tirar o Mattos. É louco o que estou dizendo, mas é difícil para eles também. Só que às vezes é exagero, nem falam o que pensam", apontou o diretor de futebol.

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