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Avaí vive dilema por resultados, mas opta por manter contas em dia

Marquinhos (à esquerda) deixou de ser jogador em abril e virou gerente de futebol do Avaí - EDUARDO VALENTE/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Marquinhos (à esquerda) deixou de ser jogador em abril e virou gerente de futebol do Avaí Imagem: EDUARDO VALENTE/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

29/08/2019 04h00

Na lanterna do Campeonato Brasileiro, com sete pontos em 16 rodadas, o Avaí segue à risca o projeto adotado pelo presidente Francisco Battistotti. Ele mantém a ideia de seguir com as contas em dia em detrimento de gastos elevados para buscar reforços na atual temporada.

A situação financeira do clube é inédita. Com todas as contas em dia, o Avaí já tem recursos garantidos para seguir assim até o fim de 2019.

Hoje gerente de futebol do clube, Marquinhos começou a carreira como jogador em 1999 na Ressacada. Atuou pelo clube em quatro oportunidades (1999/2000, 2006, 2008/2009 e 2013/2019). O ex-atleta alega que esta é a primeira vez que o clube mantém as contas em dia por um longo período:

"É uma coisa nova, não que antes não acontecesse, mas era mais complicado. Do jeito que está sendo, é a primeira vez. Com certeza, o torcedor quer saber do resultado dentro de campo. Quando a gente entra em um projeto, por mais que tenha entrado no meio, a gente também está dentro dessa situação. É com menos tempo, mas a estrutura que a gente vem tomando aqui, é uma evolução gigantesca dentro do clube", disse o dirigente em entrevista ao UOL.

O dirigente não é o único. A reportagem consultou outros quatro empregados do clube - entre técnicos e coordenadores das divisões de base, atletas e funcionários que atuam fora das quatro linhas. Todos mantêm uma versão semelhante à do gerente de futebol. Há até quem brinque sobre a possibilidade de fazer financiamentos durante a atual gestão.

Há pouco tempo no cargo, Marquinhos faz a sua análise sobre a gestão de Battistotti.

"Pelo lado de melhorias no clube, é muito bom. É claro que a gente não está indo bem no futebol, os resultados não estão aparecendo. O que a gente pegou foi colocar um time com jogadores que têm pouca experiência de Série A. A gente paga um preço, a gente sabe que errou, e agora cabe a gente, ver esses erros para que não ocorram mais no futuro. A gente sabe que tem uma parcela enorme de culpa, mas a gente nunca achou que seria tão ruim assim", declarou.

"Agora, estamos em uma situação mais ou menos dramática, mas ainda dá para recuperar. O Fluminense mostrou que isso pode ocorrer em 2009. O que está sendo feito aqui é uma melhoria para que, no futuro, se os resultados não ocorrerem esse ano, a gente consiga se estabilizar. Nosso pensamento é fazer um projeto de longo prazo até com o treinador. É um cara que já vimos que não é o problema. Ele tem boa dinâmica, bom treinamento, aberto a conversas. É alguém que decide tudo de forma moderna. É trabalhar com os pés no chão. Por mais que faça um trabalho magnífico dentro e fora de campo, é possível cair. Você caindo com as coisas estruturadas e certinhas, a chance de subir é muito grande. O clube não acaba esse ano, o clube tem quase 100 anos e vai continuar por mais 100, 200 anos", acrescentou.

Com a intenção de manter as contas em dia, o Avaí encontra dificuldades para se reforçar. A ideia de se manter saudável economicamente e a situação na tabela de classificação aumentam as complicações na busca por reforços.

"A dificuldade [de contratar] iria acontecer de qualquer jeito. Conforme a gente não vai ganhando jogo, o mercado vai se fechando e poucos vão querer abraçar o projeto. A gente já jogou, então, a gente sabe. A maioria dos jogadores que está aqui é quem vai continuar. Quem vir para cá, vai ter que vir com vontade para reverter a situação. Trazer gente para onerar a folha do clube só vir passear em Florianópolis não tem necessidade", concluiu Marquinhos.

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