Mano Menezes deixa o Cruzeiro após derrota em casa para o Internacional
O técnico Mano Menezes não resistiu à derrota do Cruzeiro por 1 a 0 para o Internacional, abrindo a semifinal da Copa do Brasil. Após o oitavo jogo seguido sem vencer e sem marcar um gol, o comandante revelou que deixará o Cruzeiro. O anúncio foi feito em sua coletiva de imprensa, que aconteceu após o fim do jogo, acompanhada de Marcelo Djian, diretor de futebol, e Marcone Barbosa, gerente de futebol.
"Gostaria de, juntamente com o Marcone (Barbosa) e Marcelo (Djian), comunicar oficialmente que a gente interrompe o trabalho no Cruzeiro. Entendemos que era o momento de fazer isso e que nós não poderíamos continuar essa fase difícil do Cruzeiro. São 18 jogos e uma vitória, no futebol isso não se sustenta. A decisão partiu de uma consciência de que as coisas podem piorar. Mas elas não podem piorar", iniciou.
Apesar dos dois títulos estaduais e de ter levantado as duas últimas Copas do Brasil, Mano não suportou a péssima fase do Cruzeiro, que também atravessa forte crise fora dos campos. No final de semana, o treinador viu sua equipe perder para o rival Atlético-MG e revelou que colocou seu cargo à disposição. Desta vez, ele novamente não conseguiu fazer o time jogar, e ouviu vaias, gritos de burro e palavras de ordem dos torcedores no Mineirão.
"Hoje, o torcedor teve uma reação que, para mim, é fundamental para o técnico. Ele não pode achar que a gente é burro. O burro vem aos 47 do segundo tempo hoje, amanhã ele vem aos 30, e isso vai afetando a equipe. Tenho muito respeito pelo Cruzeiro e não vou permitir que isso atrapalhe o momento que o clube e a equipe estão atravessando. A série de jogos, a maneira como estamos perdendo, essas coisas que acontecem, como aconteceram hoje, são sinais de que algo precisa ser estudado. A conversa foi nesse nível, entendemos que deveríamos vir aqui e fazer esse comunicado. Não temos muito mais para falar sobre isso", completou.
Abaixo, veja outros trechos da entrevista do técnico:
O futebol tem inúmeros fatos que não temos todas as situações. Não tivemos nenhuma briga, não tenho nenhuma briga com jogador do Cruzeiro que afetou, eles são testemunhas. Mas o mesmo futebol que dá é o mesmo que tira. Agora ele resolveu tirar. As causas podem ser muito mais complexas, mas eu sou responsável pela parte dentro de campo. Isso não pode continuar assim, o Cruzeiro precisa reagir.
Em duas oportunidades, eu vim aqui e iniciei uma reação (essa foi sua segunda passagem pelo clube), mas hoje precisa vir outro profissional, com novas ideias, nova cabeça, para propor algo diferente e ver essa reação acontecer. Ela não pode esperar mais. Não tenho nenhuma outra justificativa para dar.
Não acho que a direção me derrubou. Acho a saída foi justa. Em um conjunto de 18 jogos, você vencer uma partida, você não pode continuar no trabalho. O treinador tem que ter essa ideia e essa noção. Foi por isso que tomei o cuidado de conversar com eles já no domingo (após a derrota para o Atlético-MG) e hoje também. Para evitar um constrangimento que não temos que passar. Nós não vamos perder esse respeito e essa consideração porque o resultado não veio. Quando ele não vem em uma série tão grande, o trabalho precisa ser trocado. O treinador tem que ter o respeito pelos seus jogadores, porque ele vive por uma teoria. Essa teoria é colocada na prática pelos jogadores dentro de campo. Quando os resultados não chegam, o treinador perde confiança. E quando você perde confiança, você não consegue se defender com a força necessária para ter uma reação. É simples, claro, é justo que se faça essa interrupção nesse momento. Por isso estamos aqui, com esse tipo de relação, que é até meio raro quando um treinador sai.
Não cabe ficar dividindo parcelas. Eu era o técnico. É lógico que se a gente entendesse que deveríamos continuar, haveria clima para continuar. Não temos problema de relacionamento. A questão é que os resultados não estão chegando há um bom tempo. E sempre está faltando um detalhe aqui. Aí quando você faz uma modificação, falta um detalhe ali. Se você coloca A, o torcedor quer B. Nessas horas, quem não está dentro parece ser a solução. E não é verdade. Quando isso está muito aglutinado, o treinador tem que entender que é a hora de interromper o trabalho.
Não me incomodou, achei justo o xingamento. Se o time não ganha, o sujeito que escala não está sendo competente. Longe de mim achar que o torcedor tem que ser passivo nessas horas. Ele está vendo o time do coração sofrer como está sofrendo. A relação dele é passional. Eu gosto muito do Cruzeiro, do torcedor, passamos momentos bons, tivemos conquistas significativas e eu quero que isso continue pela vida. A decisão contém isso também. Mas o balanço é bom, três anos e quatro títulos é um bom desempenho.
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