Topo

Colombiano segue seleção há 30 anos, vira personagem e põe "vida em risco"

Diego Salgado, José Edgar de Matos e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

19/06/2019 17h27Atualizada em 24/06/2019 23h25

Figura carimbada nos jogos da Colômbia pelo mundo afora há 30 anos, o torcedor Gustavo Llanos, mais conhecido como El Cole, marcou presença no estádio do Morumbi hoje ao lado de milhares de torcedores do seu país. Com ele no estádio, a equipe venceu o Qatar por 1 a 0, pela segunda rodada do Grupo B da Copa América.

El Cole, 66 anos, acompanha a Colômbia desde 1989 e criou uma espécie de personagem: um condor que abre as asas no momento em que a seleção balança as redes. Por isso, ele diz que "desafia a lei da gravidade", pois ele costuma se pendurar no parapeito da arquibancada. Torcedores ao lado o seguram e ele imita o voo da ave.

Na Copa da Itália, em 1990, quando ele começou a se tornar um torcedor símbolo da seleção, El Cole quase sofreu um acidente. Quando Rincón empatou o jogo com a Alemanha no último minuto de um jogo válido pela primeira fase, a euforia foi tão grande que o "condor" quase desabou. Apenas um torcedor conseguiu agarrá-lo para evitar a queda.

"Estou há 30 anos apoiando a minha seleção pelo mundo inteiro. Meu apelido artístico é condor e eu quebro a lei da gravidade, coloco minha vida em risco. Estou aqui em 2019 para ver todos os jogos da seleção, como estou em todas as partidas da minha seleção, não poderia ser uma exceção esta Copa América", ressaltou El Cole, que já viu seis Copas do Mundo.

A popularidade do torcedor é tamanha que na chegada ao Morumbi ele foi cercado por dezenas de pessoas que desejavam uma foto com ele. A reportagem do UOL Esporte só conseguiu entrevistá-lo depois de alguns minutos.

Para viajar o mundo atrás da Colômbia, El Cole conta com uma série de patrocínios. Ele também é responsável pela "formação" de novos torcedores emblemáticos. Um deles, Javier Labrador, estava ao seu lado no portão de entrada do Morumbi - ele já viu quatro Copas do Mundo e cinco edições de Copa América. Labrador tem 61 anos, é aposentado e consegue viajar graças a uma herança.

Eufórico e carregado de gritos de guerra, El Cole não gosta de arriscar palpites para as partidas, mas deixou escapar que sonha com uma final no Maracanã no dia 7 de julho.

"Eu não gosto de dar palpite, de falar um resultado. Gosto de acreditar e de torcer apenas para que a minha seleção, a Colômbia, jogue bonito e ganhe a partida. Quero que cheguemos até a final", disse El Cole, que é de Barranquilla e torce pelo Junior.