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Caso Daniel

Pai de Cristiana culpa Daniel: "se fosse meu filho, teria outra educação"

Cristiana e Allana Brittes na audiência de instrução do caso Daniel - GIULIANO GOMES/PR PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Cristiana e Allana Brittes na audiência de instrução do caso Daniel Imagem: GIULIANO GOMES/PR PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Dimitri Valle e Karla Torralba

Do UOL, em São José dos Pinhais e São Paulo

02/04/2019 10h47

O pai de Cristiana Brittes, Pedro Rodrigues, falou à Justiça hoje (2) na audiência de instrução do caso Daniel e culpou o jogador por ter deitado na cama ao lado da mulher de Edison Brittes Júnior, que confessou ter matado o atleta após uma sessão de espancamento em sua casa.

"Peço perdão para mãe do Daniel, mas se fosse meu filho, tinha passado outro tipo de educação: 'meu filho, nunca vá na cama de uma mulher casada, pois você pode ter problemas'. Do meu modo de ver, minha filha foi vítima do Daniel", afirmou Pedro Rodrigues.

Pedro Rodrigues também falou do genro, que ouviu o depoimento na sala de audiência do fórum de São José dos Pinhais de cabeça baixa e demonstrou estar emocionado. "Para mim ele não é um monstro. É réu primário. Foi defender minha filha. Ela estava dormindo, estava embriagada. Não tinha condições de se proteger", falou.

O pai de Cristiana Brittes também ressaltou que a filha não teria condições de evitar que o marido cometesse o crime. Ao fim do depoimento, Pedro pediu à juíza, Luciani Regina Martins de Paula, para dar um abraço na filha e neta Allana. Ele também estendeu a mão ao genro.

A esposa de Edison Brittes Júnior é acusada de homicídio porque teria dito para que os homens que espancavam Daniel "parar de fazer sujeira em sua casa", o que teria motivado Brittes a levar a vítima em seu Veloster preto para longe dali, onde foi morta. Allana Brittes, a filha do casal, também está presa, acusada coação de testemunha e fraude processual.

O primeiro dia da segunda fase de audiência de instrução durou quase 8 horas. Na ocasião, 25 testemunhas de defesa falaram à juíza Luciani Regina Martins de Paula no fórum de São José dos Pinhais-PR.

A maior parte das testemunhas nesta fase de audiências são amigos e familiares dos sete réus e falarão mais no sentido de traçar um perfil dos acusados sem levar em relação o assassinato. Além deles, policiais, peritos e legistas também falarão à Justiça para esclarecer detalhes do crime.

Relembre o caso

Daniel Correa foi morto no início da manhã de 27 de outubro do ano passado após participar da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes em uma boate de Curitiba. Depois da comemoração, alguns convidados seguiram para a casa da garota, incluindo Daniel.

Na casa de Allana, o pai da menina, Edison Brittes Júnior, iniciou uma sessão de espancamento contra Daniel após ter visto o jogador em seu quarto, onde sua mulher Cristiana Brittes dormia. O atleta apanhou de vários homens até ser levado de carro por Edison, David Vollero, Eduardo Henrique da Silva e Ygor King até uma estrada.

No local Daniel foi degolado e emasculado. O corpo do jogador foi achado naquele final de semana.

Seis pessoas estão presas pela morte de Daniel: a família Brittes (Edison, Cristiana e Allana), David Vollero, Ygor King e Eduardo Henrique da Silva. Eles são acusados de diferentes crimes cometidos durante e depois do assassinato. A sétima ré, Evellyn Perusso, responde por falso testemunho em liberdade.

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