Tulio lamenta ocaso do Botafogo em torneio que reviveu dupla de 1995
Túlio erguido pelos colegas no Pacaembu, com a bola do título brasileiro nas mãos, é uma imagem entre tantas da história de um Botafogo vitorioso que, para o artilheiro, cada vez mais está no passado. Convidado a disputar o torneio de Cinquentinhas de Curitiba (disputa para quem tem 50 anos ou mais), Tulio reforçou o Botafogo, clube amador da cidade, ao lado de Válber e Donizete Pantera, na mesma competição em que Cuca, técnico que assumirá o São Paulo em Abril, defendeu um clube de nome Flamengo.
"É legal reviver os anos 90, eu que cheguei um pouco mais tarde, com um time bicampeão carioca, com Válber, Gottardo, Donizete, aquela constelação dos anos 90. Agora, todo mundo junto, fica mais fácil ainda. O Botafogo dos Cinquentinhas está muito bem servido", comentou antes do jogo em que o clube de São José dos Pinhais fez 11 a 1 no Panelão. Ele próprio marcou cinco gols.
Já o Botafogo carioca não tem tido o mesmo sucesso. "O Botafogo glorioso... esse sim. Desde o jejum de títulos de 95, comigo, Donizete e companhia, tá vivendo do passado. Não tá conseguindo repetir grandes times, sempre eliminado das competições internacionais, no Brasileiro lutando por uma Sul-Americana, às vezes uma Libertadores, o que é muito pouco pela história. O que a gente torce é para que o Botafogo daqui para frente possa montar uma grande equipe e que possa reviver os bons tempos de campeão brasileiro comigo, Donizete, Gonçalves e a geração de 95 que marcou", apontou o artilheiro.
Ele ainda fez uma projeção do que espera do Goiás, clube que o revelou e está de volta à Série A em 2019: "O Goiás começou (o ano) muito bem. O clube era modesto, mas despontou no cenário nacional, deu uma caída nos últimos anos, mas agora voltou pra Série A. Tem uma das melhores estruturas do futebol brasileiro, sempre teve a tendência de revelar grandes jogadores, então espero que possam prosseguir na Série A."
Gol 1001 adiado após seca em São Paulo
Tulio jogou como profissional até o dia 3 de fevereiro, pelo Taboão da Serra, da Série A3 de São Paulo. Foi o 33º clube profissional da carreira dele, que não se considera aposentado ainda. Mas, em três jogos pelo Taboão, nada de gol.
"Foram três jogos que eu fui contratado pelo Taboão da Serra e por ironia do destino os três jogos acabaram 0 a 0. E aí acabou meu vínculo, o Taboão ainda está lutando lá para cumprir a tabela do campeonato. Mas foram três oportunidades que eu tive de voltar ao futebol profissional e o gol 1001, que é o gol superação, fica adiado para num futuro breve, de repente aparecer outra equipe pra gente fazer esse gol", comentou. Tulio encarou Osasco Audax, Comercial e Desportivo Brasil. Atualmente, o Taboão é o 14º entre 16 equipes e ainda conta com Acosta, uruguaio que defendeu Náutico e Corinthians, aos 42 anos.
Os cinco gols marcados pelo Botafogo amador de Curitiba não servem para a conta de Túlio, como ele próprio ressaltou: "Não conta. A conta oficial é 1000 gols, feito em 14 de fevereiro de 2014, no Araxá EC, segunda divisão do Campeonato Mineiro. Esse foi o gol oficial. Agora esses jogos amadores, Seleção Brasileira de Masters, o Cinquentinhas... são apenas jogos para manter a forma e não perder a mania de fazer gols".
Uma inspiração para seguir, curiosamente, também tem ligações com o futebol paranaense. Aos 49, Tulio tem visto o que o japonês Kazu, ex-Coritiba e Santos, tem feito pelo Yokohama FC aos 52 anos. "Me falaram que hoje é o atleta profissional mais velho do Mundo, atuando na segunda divisão do Japão. Admiro ele, acompanhei ele nos anos 90, se despontando no Coritiba, depois indo para o Santos. É um exemplo. E eu tô com 50, vou fazer agora dia 2 de junho, e se Deus me der saúde, quem sabe, eu possa prorrogar um pouco mais a minha carreira."
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