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Aposta corintiana em 2017 não sabe futuro, mas quer artilharia do Paulistão

Carlinhos (à direita) foi artilheiro da Copa SP de 2017 com o Corinthians; em 2019, reforça o Novorizontino no Paulistão - Thomaz Jannuzzi/Grêmio Novorizontino
Carlinhos (à direita) foi artilheiro da Copa SP de 2017 com o Corinthians; em 2019, reforça o Novorizontino no Paulistão Imagem: Thomaz Jannuzzi/Grêmio Novorizontino

Emanuel Colombari

Do UOL, em São Paulo

22/02/2019 04h00

Quando Bragantino e Novorizontino se enfrentarem hoje à noite, às 21h, pela oitava rodada do Campeonato Paulista, colocarão à prova mais do que os bons momentos das duas equipes. No gramado, estará também uma aposta do Corinthians, atualmente à serviço da equipe de Novo Horizonte: o atacante Carlinhos.

Com passagens pelas categorias de base do Noroeste e do próprio Novorizontino, Carlinhos chegou ao Corinthians em 2014 como reforço do time sub-17. Em 2017, foi o artilheiro da Copa São Paulo de futebol júnior com 11 gols - um deles, inclusive, na vitória por 2 a 1 sobre o Batatais (SP) na decisão da competição.

O desempenho colocou Carlinhos sob os holofotes da torcida. No mesmo ano, a aposta começou a treinar entre os profissionais. Em agosto, chamou a atenção, mas por outro motivo: adotou um penteado todo inovador, com a estampa de uma pena dourada na parte de trás da cabeça.

Carlinhos cabelo Corinthians - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians - Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians
'Sempre gostei de fazer os penteados no cabelo. Não teve nada, pressão nenhuma. Fiz para me agradar mesmo, porque eu gosto', diz Carlinhos sobre penteado em treino no Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians

E embora seja lembrado pela inovação, Carlinhos não se arrepende. "Se fizer um penteado no cabelo, é lógico que você chama mais atenção para você. (Mas) você é obrigado a jogar mais que o outro, fazer aquilo a mais que o outro, para agradar torcedor? Tem é que jogar bola pelo clube", argumentou, em entrevista ao UOL Esporte.

"A gente ama futebol, quer fazer pelo clube. Nunca vi pressão do torcedor (por isso). Sempre gostei de fazer os penteados no cabelo. Não teve nada, pressão nenhuma. Fiz para me agradar mesmo, porque eu gosto. Para mim, não tem pressão nenhuma. Fiz e fui treinar, só isso."

Só que as primeiras experiências no time profissional do Corinthians não foram das mais animadoras. Inscrito no Campeonato Paulista de 2018, ficou no banco em três jogos: contra Ponte Preta (derrota por 1 a 0), São Caetano (vitória por 4 a 0) e Ferroviária (vitória por 2 a 1). No mesmo ano, foi emprestado para o Oeste para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro.

No começo do ano, voltou ao Corinthians, mas foi novamente emprestado. Desta vez, para o Grêmio Novorizontino, equipe pela qual atuou em 2014. E, para ele, o retorno é motivo de festa.

"Para mim, tem sido muito bom, uma experiência ótima. Eu sempre falei que era meu sonho jogar aqui no profissional, já que saí muito cedo para o Corinthians. Hoje eu voltei para jogar no profissional", contou o atacante, natural de Jaú (SP), ainda lembrado pelos torcedores do Corinthians. "Onde eu vou, é corintiano. Quase no interior inteiro de São Paulo, se não me engano, eu vi corintiano. É aqui, em Jaú, sempre cobrando: 'não vai jogar lá?'. Mas isso a gente tem levar na esportiva para um dia chegar."

Olho na 2ª fase do Paulistão, mas com futuro ainda incerto

Pelo novo clube, Carlinhos balançou as redes apenas uma vez no Campeonato Paulista: na quinta rodada, o Novorizontino visitou o Oeste e empatou por 2 a 2, graças a um gol do atacante aos 44 min do segundo tempo.

O próprio jogador admite que esperava - e espera - mais gols no Paulistão. E mira até a disputa pela artilharia da competição. A liderança da briga é de Jean Mota, que marcou sete gols pelo Santos.

"É lógico que todo atacante sonha em ser artilheiro, fazer muitos gols. Comigo não é diferente. Cheguei para jogar, buscar meu espaço no futebol, ser artilheiro também. Quero continuar trabalhando para sair mais gols, quem sabe brigar pela artilharia do campeonato. Se fizer um golzinho por partida, chego perto", calculou.

E para começar a ganhar terreno na briga com o time de Novo Horizonte, Carlinhos mira já o jogo contra o Bragantino, em Bragança Paulista. Quase três décadas antes, os clubes das duas cidades decidiram o Campeonato Paulista de 1990, com título para o Bragantino - o Novorizontino atual, vale lembrar, não é o mesmo clube daquela época.

Ainda assim, aquela decisão é uma motivação para o jogador. "Como foi uma final histórica, a gente e o Bragantino, tem um peso. Mas a gente tem que encarar como um próximo jogo também, ir lá para tentar sair vencedor, fazer nosso melhor. Fazer nosso papel lá, que é buscar os três pontos, para subir mais na tabela", analisou.

Atual vice-líder do Grupo B do Paulista, com 12 pontos em sete jogos, o Novorizontino briga por uma vaga nas quartas de final. Caso avance, enfrentará o líder da sua chave - hoje o Palmeiras, com 14 pontos - e reeditará o duelo dos dois últimos anos na competição. Em 2017 e 2018, os palmeirenses levaram a melhor.

Mas para o atacante, ainda não é o momento de pensar nisso. "O que vier, a gente tem que jogar: Palmeiras, Corinthians, São Paulo. A gente está aqui para jogar pelo Novorizontino. A gente está preparado para jogar contra qualquer time grande e fazer nosso melhor", garantiu. "Estamos indo passo a passo, sonhando agora com as quartas - primeiro passo para depois pensar em semi e depois final. A gente vai passo a passo, com muito trabalho."

E depois? Emprestado pelo Corinthians até o fim do Paulista, Carlinhos ainda não sabe para onde vai. "Isso é meu pai que tem que resolver, meus empresários também. Não estou sabendo de nada também. Só estou focado mais aqui também no Paulistão. É sentar, conversar, ver o que vai fazer", disse.