Fla cita pico de energia por tragédia e comenta falta de alvará: nada a ver
O Flamengo falou neste sábado (9) sobre o incêndio que vitimou dez jovens das categorias de base no CT Ninho do Urubu. O CEO Reinaldo Belotti fez um pronunciamento - sem perguntas dos jornalistas - e minimizou a ausência do alvará para funcionamento do local. Para o diretor do clube, picos de energia após o temporal no Rio de Janeiro causaram a tragédia.
"Alvarás e multas não têm nada a ver com o incêndio que ocorreu. Trabalhados de forma árdua em busca das licenças. Precisávamos de nove certificados para obter o alvará, já temos oito. Estamos em contato permanente com o Corpo de Bombeiros", afirmou.
"A verdade é que aconteceu um acidente trágico. Não foi por falta de investimentos e nem de cuidados do Flamengo. Eles eram o nosso maior ativo, o nosso futuro e prezamos muito por isso. Não poupamos esforços em dar o melhor para o nosso pessoal", completou.
Para o dirigente rubro-negro, as chuvas no Rio de Janeiro foram determinantes para o incêndio. Segundo ele, a perícia inicial do Corpo de Bombeiros aponta para o início das chamas em um aparelho de ar-condicionado.
"Esses atletas estavam de férias, e fizemos uma manutenção em todos os sistemas de ar-condicionado. Temos registrado. Nesta semana se abateu no Rio de Janeiro praticamente um furacão. A região de Vargem Grande foi muito atingida. O que sabemos é que entre a noite de quinta (7) e o meio-dia de sexta-feira (8) aconteceram vários picos de energia. Fomos vítimas disso, inclusive, na reunião que fizemos lá após o incêndio. A perícia do Corpo de Bombeiros nos disse que o problema começou no ar-condicionado. E ninguém sabe porque aconteceu lá. Os aparelhos estavam em perfeita ordem. A suposição existente é a de que os picos de energia tenham influenciado no funcionamento regular e ocasionado o incêndio", disse.
Durante o pronunciamento, o diretor geral apresentou certificados do Ninho do Urubu para confirmar que o local está autorizado a funcionar. Foram eles: certificado de clube formador (CBF), certificado do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, regularizado junto à Prefeitura do Rio de Janeiro (veja mais abaixo).
"Esse alojamento foi fiscalizado e aprovado. Era um módulo conhecido por todos. Aquilo não era um puxadinho que escondíamos. Era confortável e adequado ao que se propunha. Mostrávamos com orgulho", encerrou.
Como não houve espaço para perguntas, o Flamengo ainda não respondeu questionamentos importantes sobre o episódio. Tais como:
- Se o clube não tem o alvará, por que e como utiliza o Ninho do Urubu?
- O clube admitiu a falta de alvará. Por que um espaço que não era autorizado funcionava como dormitório?
- O Ninho do Urubu em algum momento destes 8 anos teve alvará para dormitório?
- Por que o Flamengo apenas pagava as multas e não cumpria a determinação de interdição?
- Por que não informou aos órgãos responsáveis que o espaço destinado ao estacionamento seria utilizado previamente como alojamento?
- Quais foram os 31 autos de infração recebidos após o incêndio?
- O alojamento tinha alarme contra incêndio e detector de fumaça?
- É seguro um local com 36 camas ter apenas uma porta e janelas com grades?
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