Carille "sofre" com reforços e não consegue dar cara ao Corinthians

Fábio Carille é vítima do problema que todo técnico gostaria de ter no futebol brasileiro: o excesso de peças. Acostumado com a escassez de alternativas no Corinthians, o treinador viu a situação mudar neste ano e agora não consegue dar cara à equipe. Foram pelo menos três mudanças táticas desde o começo da temporada, o que impede os jogadores de assimilarem a proposta de jogo rapidamente.
O próprio técnico admite que está demorando para o time engrenar. Em entrevista coletiva após o empate por 2 a 2 com o Ferroviário-CE, na última quinta-feira (7), Carille disse tentar "acelerar" a definição da forma de jogar "para que os jogadores saibam o que fazer em campo". Por enquanto, é fato, o elenco ainda não entendeu muito bem suas intenções.
Até aqui já foram tentadas pelo menos quatro formações táticas. O Corinthians abriu a temporada com um armador central e dois pontas abertos; depois avançou Ramiro para uma linha de quatro meias; chegou a ter um losango no meio-campo; e na Copa do Brasil adicionou a este losango um Vagner Love como "falso 10". Tudo isso em seis jogos.
O motivo de tantas mudanças, defende Carille, é justamente a quantidade de reforços. A montagem do time estaria prejudicada porque os contratados chegam a cada semana. "Em 2017 o único que chegou depois [da pré-temporada] foi o Pablo, e em 2018 o Henrique chegou um pouquinho depois, e então o Emerson [Sheik]; então desde o primeiro dia eu tive 95% do grupo. Agora a diretoria está trabalhando ainda, então requer um pouquinho mais de tempo mesmo para que tenha conjunto, para eles se entrosarem", apontou o treinador.
Na comparação de Carille, o início de ano em 2017 foi muito superior ao atual tanto no desempenho quanto nos resultados. Foram cinco vitórias e uma derrota nos seis primeiros jogos daquela temporada. O mais importante deles foi contra a Caldense-MG, vitória por 1 a 0 em jogo eliminatório da Copa do Brasil - situação idêntica à vivida nesta semana. O time só deslanchou depois do dérbi vencido na semana seguinte, mas antes disso já tinha triangulações e um certo entendimento do modelo tático.
O início do ano passado foi um pouco mais preocupante, muito por conta do desmanche que o elenco sofreu durante aquela janela de transferências. Naquela ocasião Carille só foi encontrar o time de verdade no final de fevereiro, ainda assim sofrendo muito no mata-mata do Campeonato Paulista.
A situação atual, portanto, é novidade para o técnico. A fartura de reforços deve ser muito benéfica a médio e longo prazo, naturalmente, mas até aqui foi um complicador no início de trabalho. Os problemas emergenciais são os mesmos desde a estreia em 2019 e aparecem em todas as partidas: erros na bola aérea defensiva e lentidão na armação das jogadas.
Carille é obrigado a agilizar a busca de um padrão de jogo porque tem mais decisões batendo na porta. São quatro partidas importantíssimas nas próximas três semanas: dois duelos pela Copa Sul-Americana contra o Racing, atual líder do Campeonato Argentino; um clássico contra o São Paulo; e em seguida a segunda fase da Copa do Brasil, contra Avenida-RS ou Guarani-SP.
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