Geração penta: com assédio do exterior, garotada de 2002 ganha espaço

Na última quarta-feira, 30, enquanto caminhava de um lado para o outro na goleada de 4 a 0 do Atlético-MG sobre o URT, na Arena Independência, o treinador Levir Culpi tinha no banco de reservas duas gerações separadas por mais de duas décadas à sua disposição: o veterano Leonardo Silva, 39 anos, e um pouco mais distante, ainda acanhado, o garoto Neto, 16, que realiza a sua primeira temporada como profissional.
Na outra oportunidade que teve, contra o Tombense, o volante natural de Guanambi, interior da Bahia, conseguiu uma marca importante, ao se tornar o primeiro jogador nascido em 2002 a iniciar uma partida como titular por um clube da Série A. Ele puxa a fila da chamada "geração penta", que começa a desbravar os gramados e veio ao mundo no mesmo ano em que a seleção brasileira conquistou a sua última Copa do Mundo.
Neto faz parte de um grupo ainda restrito.
Ele é composto ainda por outros quatro nomes: Kaio Jorge e Sandry, do Santos; Alejandro, do Cruzeiro; e Douglas Borel, do Bahia. Em comum entre os quatro, não apenas a idade, mas também o talento, como a própria forma precoce com que foram alçados entre os mais velhos deixa claro.
Não por acaso, despertam também o interesse no mercado e estão no radar desde cedo dos gigantes europeus.
Prata da casa do Bahia, Borel estreou nos profissionais com uma assistência na goleada recente de 7 a 1 sobre o Juazeirense. Ainda morando com a mãe em um condomínio próximo ao CT do Fazendão, em Salvador, o lateral direito já esteve, inclusive, no Wolfsburgo, da Alemanha, para um período de treinos em outubro do ano passado e recebeu oferta considerada baixa para ficar em definitivo.
Conforme apurado pelo UOL Esporte, a sua passagem pelo futebol europeu foi um acordo dos baianos com seus representantes ao renovar o seu contrato. Logo em seguida, o atleta de 16 anos foi fisgado pela fabricante de material esportivo Nike.
"A gente sente que é um menino que tem futuro promissor, mas tem que ter paciência para fazer a transição da melhor forma possível", disse o treinador Enderson Moreira, em entrevista coletiva.
Com rodagem pela seleção sub-17 e tido como sucessor natural de Daniel Alves, que também passou pelo Fazendão, ele foi alvo de abordagem recente de um clube da Premier League atrás de informações. Outro que motivou a mesma consulta nos bastidores foi Neto, do Atlético-MG. A sua primeira chance poderia ter vindo ainda na temporada passada.
"Ele é muito esperto, muito bom fisicamente, aperta muito rápido. É um jogador com boas qualidades, boas características. Tomara que ele se adapte rápido. Se ele se adaptar rapidamente, vai jogar rapidamente também. Não tem essa de esperar para colocar", disse Levir, na ocasião.
Blindado pelo time alvinegro, ele é comparado ao conterrâneo Jemerson por sua ascensão meteórica e tem como agente Luiz Rocha, o mesmo que levou o também volante Lucas Silva do Cruzeiro para o Real Madrid em 2015.
O mais badalado da "geração penta", ainda assim, é Kaio Jorge, do Santos, o primeiro dos quatro a ser testado no time principal, no ano passado, durante o Brasileiro, e que tem ficado no banco como opção do argentino Jorge Sampaoli nesse início de temporada.
Depois de uma novela que se arrastou por meses e contou até mesmo com carta de despedida por parte de sua mãe, o atacante de 17 anos recém-completos renovou contrato recentemente até 2022, com multa rescisória de 50 milhões de euros (R$ 203 milhões). Entre outros, o Real é um dos que teve o nome ligado ao futuro da promessa no mercado.
Resguardado com os mesmos cuidados que Neymar teve ao despontar, Kaio ainda está atrás de Yuri Alberto, 18, e Felippe Cardoso, 20, na briga por uma chance na frente, mas existe no clube quem defenda que não por muito tempo.
Esse potencial fez com que o "novo raio santista", como é chamado, tenha entrado para a carteira de clientes do empresário Giuliano Bertolucci, o principal hoje do Brasil e responsável por diversas transferências para o exterior, especialmente, a Premier League. Ele mantém um funcionário, Augusto, em linha direta com a revelação do alvinegro praiano.
Na Vila Belmiro, Kaio Jorge tem a companhia do contemporâneo Sandry, volante também nascido em 2002, que recebeu a primeira chance de Sampaoli na quinta-feira passada, 31, na vitória de 4 a 1 sobre o Bragantino, substituindo o paraguaio Derlis González no fim da partida.
É um outro patamar se comparado ao cruzeirense Alejandro, que, embora tenha sido utilizado na última rodada do Brasileiro em 2018, é o único a não ter sido promovido de vez para o grupo principal. Um dos destaques celestes, o atacante disputou a Copa Santiago Sub-17 no último mês.
Ele tem a carreira acompanhada de perto pelo ex-goleiro Doni, que tem passagens por Roma, Liverpool e Corinthians. Convocado com frequência para a seleção na base, assinou o seu primeiro contrato profissional no ano passado.
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