Diretor admite "comunicação falha" e dá detalhes do acordo Corinthians-BMG
O patrocínio do banco BMG ao Corinthians tem dado o que falar nas últimas semanas. Desde que o acordo foi anunciado, há 15 dias, houve ruído na comunicação tanto sobre o valor recebido quanto ao tempo de contrato. Foi só após muita informação desencontrada que o clube admitiu tratar-se de menos dinheiro e menos anos garantidos do que seus diretores davam a entender.
"Se deu confusão, é claro que teve uma falha de comunicação", reconhece o diretor de marketing corintiano, Luis Paulo Rosenberg, em entrevista ao canal ESPN. Ele afirma que o contrato vale por cinco anos, mas pode acabar tendo apenas dois. "Quando você faz um contrato de cinco anos, os dois lados fazem uma 'porta de saída'. Então, se o desempenho do projeto ficar aquém do esperado pelo Corinthians, podemos sair depois de dois anos. Se o banco resolve sair, os 50% de participação nos lucros continuam por mais dois anos para o Corinthians", diz o dirigente.
Sendo assim, o Corinthians tem garantidos R$ 30 milhões (já recebidos) e metade dos lucros do "Meu Corinthians BMG" até 2022. No pior dos casos, se o banco julgar que o acordo não vale a pena, pode encerrar o negócio em dezembro de 2020 mas estaria obrigado a continuar repassando, por dois anos, 50% dos ganhos com produtos personalizados na plataforma online. O serviço deve ser lançado nas próximas semanas.
Quando o patrocínio foi anunciado, no último dia 17, o próprio Rosenberg celebrou o fato de o Corinthians ter recebido R$ 30 milhões de adiantamento do BMG. Este valor, como tornou-se público dias depois, inclui as cotas fixas referentes a 2019 e 2020 e R$ 6 milhões do que clube venha a ter direito pela participação nos lucros do "Meu Corinthians BMG". Na prática, o Alvinegro abre o ano que vem com espaço preenchido na camisa, mas sem arrecadação fixa com patrocínio máster.
"Em essência, Corinthians e BMG se juntam para fazer um experimento novo: eles já dominam a forma de agradar o cliente em um banco digital, mas precisam de muitos correntistas. Então vieram nos procurar", afirma Rosenberg, repetindo o discurso adotado pelo clube, de que o acordo é inovador por fazer do patrocinador um sócio.
"A maneira mais comum isso seria estampar a marca na camisa por R$ 30 milhões. Mas a gente não quer mais isso. A gente quer ter a participação nos lucros, assim como a gente faz com a Poty e com a Positivo [também anunciantes na camisa]", diz o diretor de marketing do Corinthians.
Camisa valeria R$ 70 milhões
O Corinthians fechou acordo com seis patrocinadores para a exibição de marcas no uniforme. Além do BMG fica no espaço principal, há ainda Universidade Brasil, Konami, Positivo, Joli e Poty. O orçamento aprovado para 2019 prevê arrecadação de R$ 42,4 milhões com patrocínios, e o clube afirma já ter passado dos R$ 45 milhões tendo ainda dois espaços a comercializar (mangas e barra das mangas). Com outros R$ 21,5 milhões da fornecedora esportiva Nike, o valor da camisa estaria em R$ 67,5 milhões.
"Vendendo tudo, acho que, em um cenário pessimista, a camisa do Corinthians pode valer R$ 70 milhões", calcula Rosenberg, contanto patrocínios e fornecedora.
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