Ele foi comparado a Messi e pôs Neymar no banco. Hoje almeja jogar Série A

Uma das lideranças do Goiás na campanha do acesso para a Série A nesta temporada, Tiago Luís surgiu para o futebol no Santos há mais de dez anos - após ser um dos artilheiros da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2008, com oito gols. Então com 18 anos, o atacante era titular de um time que contava com um craque em lapidação e ainda acostumado a ficar no banco de reservas: um tal de Neymar, que mesmo com pouca idade já chamava a atenção de todo mundo.
Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Tiago Luís - hoje com 29 anos - recorda o período em que, assim como o craque do Paris Saint-Germain, lutava para ganhar espaço na equipe de cima do Santos. E, claro, não deixa de tirar uma casquinha com a situação... Afinal, deixar Neymar no banco de reservas, independentemente da idade, não é para qualquer um, certo?
"Pois é [risos]. Isso aconteceu na Copinha, até porque ele era mais jovem. Ali ele já era diferenciado, tanto que foi para a competição mesmo com idade abaixo. Mas aconteceu isso sim e tenho que contar, né?", brincou o jogador, que ainda conversa com o ex-companheiro: "A nossa relação é muito boa e até hoje temos contato, sempre um torcendo pelo outro".
"São coisas que acontecem no futebol. Talvez não estivesse mesmo preparado na época para tudo que aconteceu e com tanta rapidez. Quando a gente é jovem, a cabeça é outra, mas depois vamos amadurecendo. Mas não me arrependo de nada e só tenho a agradecer por tudo que conquistei e tenho conquistado", acrescenta o atacante, que lamenta não ter sido mais aproveitado pelo Santos, que o emprestou para União Leiria (POR), Ponte e XV de Piracicaba.
"Tive algumas chances, mas acho que faltou ter uma sequência maior. Tive momentos em que prometeram me usar mais, mas isso não acabou acontecendo e aí foram seguidos empréstimos. Mas levo tudo como aprendizado. E depois que acabou meu contrato, eu segui minha vida, consegui ter uma carreira legal e com muitas conquistas", destaca Tiago Luís.
Messi brasileiro?
"Não incomodou em nada. Pelo contrário, foi uma grande honra. Claro que foi criada uma grande expectativa por conta dela, mas eu sabia da minha realidade e até onde poderia chegar. O Messi é um dos maiores da história do futebol e ser comparado a ele no início da minha carreira foi motivo de grande satisfação. Algo que o pessoal lembra até hoje", conta o atacante.
Mais um ano de conquistas
Desde 2013, quando chegou à Chapecoense, o atacante tem mantido uma escrita de ao menos alcançar um feito relevante por ano. Na chegada ao time de Chapecó, em 2013, fez parte da campanha no primeiro acesso do clube à elite. Em 2014, manteve o clube na Série A, algo que foi comemorado como um título. Nos anos seguintes, foi vice-campeão estadual com Joinville (2015), campeão com América-MG (2016) e Goiás (2017 e 2018), sendo que levou o prêmio de melhor jogador do Campeonato Goiano no ano passado. E agora, para coroar a atual temporada, o tão esperado acesso do time esmeraldino, que não disputa a Série A do Brasileiro desde 2015.
"É difícil dizer se é onde estou me sentindo melhor. Posso dizer que é um dos clubes com mais identificação na minha carreira. Mas também tem o Santos, onde vivi muitos anos, e a Chapecoense, com grandes momentos, acesso, permanência, e em todos esses três grandes amigos também. Acho que os três eu posso dizer que tenho um carinho especial, mas os outros também - exceção a ida para Portugal, que foi muito complicada - fui feliz", acrescenta.
Sonho de voltar a jogar a Série A
"Meu contrato acaba agora no fim do ano, depois de duas temporadas aqui. A minha intenção é de ficar, sim. Eu e minha família estamos muito bem adaptados à cidade e ao clube, mas, se eu tiver que sair, existem outras possibilidades e vou resolver com o que for melhor, junto da minha família e do meu empresário", disse.
"Tenho sonho ainda, sim, de voltar a jogar uma Série A, espero que pelo Goiás, mas se não for que seja por algum outro grande clube do futebol brasileiro. Eu me sinto muito bem, com apenas 29 anos, mais maduro e preparado para grandes desafios", completou.
VEJA MAIS TRECHOS DA ENTREVISTA
Relação com o Goiás: "grande carinho pela torcida e pelo clube"
"A relação é muito boa e tenho um grande carinho pela torcida e pelo clube. Fiz grandes amigos em Goiânia, a cidade é acolhedora e minha família também gosta muito. Com esse acesso e dois títulos estaduais, o balanço dentro de campo também é muito positivo. Pude exercer uma liderança legal, até pela minha experiência e também por conhecer bem o clube. Foi algo natural e que me deixou muito contente em ajudar assim também".
A dor pelos amigos da Chape: "um dos momentos mais tristes da minha vida"
"Foi um dos momentos mais tristes da minha vida. O carinho que tínhamos um pelo outro ali era algo diferente e fiz muitos amigos. Nós iríamos, inclusive, viajar juntos no fim do ano, alguns jogadores e os familiares. Fizemos isso em outras oportunidades também, então não eram apenas colegas de trabalho, mas sim amigos mesmo. Foi uma fatalidade e até hoje os culpados ainda não pagaram por isso. Esperamos que isso possa acontecer, pois vidas se foram, mas muita gente ficou aqui e precisa de respaldo. Eu mesmo procuro tentar ajudar, mantendo contato com alguns familiares e até financeiramente com ações, como uma que fiz no meu Instagram, arrecadando fundos. Mas nada vai curar a dor que sentimos pela perda de grandes pessoas".








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