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Sergio Ramos, sobre suposto doping: "Tentaram manchar minha imagem"

Capitão do Real Madrid é pivô da nova polêmica do futebol internacional - Denis Doyle/Getty Images
Capitão do Real Madrid é pivô da nova polêmica do futebol internacional Imagem: Denis Doyle/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

24/11/2018 13h21

Uma denúncia realizada pelo "Football Leaks" e repercutida por jornais do mundo inteiro na última sexta-feira foi respondida neste sábado por Sergio Ramos, do Real Madrid. O jogador de 32 anos foi acusado de ter sido flagrado no exame antidoping na final da Liga dos Campeões 2016/2017, contra a Juventus, no País de Gales. O caso teria sido arquivado pela Uefa. Logo após uma derrota por 3 a 0 diante do Eibar, pela 13ª rodada do Campeonato Espanhol, o jogador deu suas explicações para o caso.

"Vou tomar medidas em relação a esse tipo de acusação, porque está claro que tentaram manchar imagem como profissional. Eu já realizei mais de 300 controles de doping ao longo da minha carreira e nunca aconteceu nada parecido. Acredito que quem deveria falar já se posicionou e agora meus advogados trabalharão para que se mostre a verdade", disse o capitão do Real Madrid, que já tinha conhecimento da informação antes da divulgação.

"Eu já sabia que a informação ia sair, me avisaram há um mês e meio. Mas eu não tenho medo porque estou falando a verdade", completou Sergio Ramos.

A Uefa teria arquivado o caso na época por considerar válidas as explicações "de quatro linhas" do jogador e do médico do Real, que enviou uma receita médica que justificaria o uso da substância em questão. O texto diz que a amostra recebida pelo laboratório da Áustria apontou a presença de dexametasona na urina do atleta. Esta substância é proibida pela WADA (Agência Mundial AntiDoping) em uso retal, intramuscular, oral e intravenoso. Só é autorizada se for comunicada com antecedência pelo médico da equipe e devidamente justificada. A informação é de que Ramos teria usado dexametasona por via nasal, e a agência não proíbe esta administração específica.

Se um médico não comunicar o uso da substância antes do exame, ele e o atleta passam a ser considerados suspeitos em um caso de doping. A dexametasona possui efeito anti-inflamatório, que ajuda no alívio de dores e aumenta a concentração e euforia.

A única medicação declarada por Ramos antes da partida foi uma injeção de betametasona, substância igualmente anti-inflamatória e proibida pela WADA. Neste caso, o uso foi comunicado com antecedência sob justificativa de que o atleta sofre de "patologias crônicas" no joelho e ombro esquerdos.

O médico alegou ter cometido um "erro humano" no calor do momento, dadas as circunstâncias em que a coleta é realizada após os jogos - naquele momento, o antigo Rei da Espanha, Juan Carlos, havia acabado de visitar Sergio Ramos na sala com o então presidente espanhol, Mariano Rajoy. A Uefa tomou nota das explicações e interpretou que "muito provavelmente ocorreu um erro administrativo". A entidade encerrou o caso: "No futuro, pedimos a você [Sergio Ramos] e ao médico da equipe que sejam cautelosos ao máximo".

A publicação ainda revela que Ramos teria tomado banho antes de um teste de urina em abril deste ano, após vitória sobre o Málaga; a Lei Antidoping Espanhola interpreta este tipo de atitude como possível obstrução dos procedimentos. No início de novembro, o "Football Leaks" já havia antecipado que exporia uma estrela mundial por doping.

Confira nota oficial divulgada por Sergio Ramos:

Em relação à informação publicada por diversos meios sobre mim, quero esclarecer o seguinte: eu me posiciono totalmente contra o doping. Nunca participei, nem participarei, nem consenti e nem consentirei com nada em relação ao doping. Os dois casos concretos a que fazem alusão se explicam assim:

1. Málaga, abril 2018: assim que acabou a partida solicitaram que eu realizasse o controle de doping. Pela pressa e pouco tempo antes da viagem de volta do time, o responsável pelo controle permitiu que eu tomasse banho, sempre em sua presença, e logo depois realizei o teste que passei, como em todas as outras ocasiões.

2. Cardiff, junho 2017: passei por um tratamento médico pautado e administrado pelos profissionais do clube. A questão foi esclarecida por via escrita e formal com os organizadores.

Em minha longa carreira esportiva fui submetido e aprovado satisfatoriamente em uma infinidade de controles de doping. Nem neste caso, como disseram Uefa, AMA e Real Madrid, nem nunca violei os regulamentos anti-doping. 

E por último, respeitando o direito da informação, também devo zelar pelo meu direito de honra. Meus advogados estudarão que medidas tomar nos casos em que falte a verdade e fiquem vulneráveis minha reputação e direitos.