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Em jogo, Neymar repete com Cavani e Suárez rusgas e afagos da vida pessoal

16.nov.2018 - Neymar sofre falta de Cavani no amistoso entre Brasil e Uruguai - Matt Dunham/AP
16.nov.2018 - Neymar sofre falta de Cavani no amistoso entre Brasil e Uruguai Imagem: Matt Dunham/AP

Marcus Alves

Colaboração para o UOL, de Londres (Inglaterra)

17/11/2018 04h00

Principal nome do Brasil na vitória de 1 a 0 sobre o Uruguai na última sexta-feira (16), no Emirates Stadium, em Londres, Neymar teve pela frente no amistoso o seu ex-companheiro de ataque e o atual, Luis Suárez e Edinson Cavani, respectivamente. Em campo, é possível dizer que a relação com ambos obedeceu a dinâmica que tem fora dela, com afagos e rusgas na mesma medida.

Parceiro de Suárez, ele chegou a assumir o papel de apaziguador para acalmá-lo em um momento de nervosismo do artilheiro do Barcelona no segundo tempo, quando reclamava de uma entrada de Walace e ameaçou tirar satisfação e esquentar a partida.

Neymar e Suárez se cumprimentam antes de Brasil x Uruguai - Peter Cziborra/Reuters - Peter Cziborra/Reuters
Neymar e Suárez se cumprimentam antes de Brasil x Uruguai
Imagem: Peter Cziborra/Reuters
Neymar entrou no meio e, com um pouco de insistência, convenceu o uruguaio a não criar qualquer confusão.

Mais isolados à frente, com um atuando como referência e outro na metade do campo contrária, os dois pouco se cruzaram em campo e apenas a se provocaram de forma sadia antes de uma cobrança de falta perigosa por parte de Suárez. Funcionou para o brasileiro, que viu a bola passar rente à trave e ser desviada por Alisson para escanteio.

Em nenhum momento, eles se envolveram em qualquer embate e deixaram intacta a amizade que mantém fora dos gramados, mesmo após a saída do ex-santista para Paris. Neymar já viajou até Barcelona para aproveitar folga e rever o ex-colega e também Lionel Messi juntos.

Não dá para dizer que faria o mesmo por Cavani.

O centroavante não chega a ser desafeto declarado, mas está longe de sustentar a mesma empatia desde que passaram a dividir o ataque no PSG. E um pouco do reflexo disso se viu em campo, com duas entradas fortes em Neymar, em especial, um pontapé na lateral do campo, que resultaram em um cartão amarelo.

Cavani reclamou com a arbitragem, alegando que o brasileiro havia simulado, e, ao se dirigir a ele, mesmo esticando o braço para ajudá-lo a se reerguer, não aliviou a tensão ao jogar a bola em sua direção e falar de forma atravessada com expressão fechada.

"O que ele falou? Não falou nada. Não escutei", despistou Neymar, sorrindo ao fim do encontro, na zona mista.

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Depois de começar pela esquerda, Cavani mudou para a direita logo na primeira metade da etapa inicial e, a partir dali, passou a jogar recuando a todo momento para contribuir mais na marcação e fechando a linha do meio-de-campo. Os duelos com Neymar foram inevitáveis e acarretaram em confrontos um pouco mais ríspidos na tentativa de pará-lo.

Nada que, segundo ele, extrapole os noventa minutos no Emirates.

"Sempre lindo jogar contra Brasil, seleções grandes, encontramos jogadores como Neymar e os melhores desse país. É um jogo que não se quer perder. Nunca é apenas um amistoso. Não vemos assim. É por isso que fica um pouco mais quente dentro de campo, mas termina fora dele, apenas tranquilidade", disse Cavani, ao ser perguntado sobre o assunto fim do jogo, na zona mista.

Neymar abordou o encontro com a dupla e adotou também uma postura política.

"Foi do jeito que imaginava, sabia que ia ter pouco espaço, jogo muito difícil, qualidade enorme, dois atacantes que são os melhores do futebol mundial. Mas a gente encontrou nossa chance de gol e conseguiu a vitória", afirmou o atacante.

O brasileiro não escondeu a predileção por Suárez em detrimento a Cavani no convívio fora de campo.

"O reencontro foi bom. É claro que foi bom porque eu ganhei eu. É um companheiro e um amigo. Gosto muito dele, é um craque, um fenômeno. Compartilhamos vestiário e temos amizade até hoje. Sempre desejo tudo de bom para ele", prosseguiu.

"Foi bem pegado (o amistoso), mas aqui fora é na amizade, a gente fica um brincando com o outro, principalmente eu e o Suárez, de uma maneira sadia. Mas a gente tenta vencer. Sempre bom ganhar de um amigo. Falei para ele (Suárez). A gente sabia que ia enfrentar uma grande equipe, estou satisfeito, feliz com a vitória", completou.