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Sai técnico, entra técnico e Bale segue como jogador 'indomável' no Real

Bale chegou ao Real em 2013 em transação que, na época, foi a mais cara da história - Denis Doyle/Getty Images
Bale chegou ao Real em 2013 em transação que, na época, foi a mais cara da história Imagem: Denis Doyle/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

10/11/2018 04h00

Santiago Solari tem uma missão no Real Madrid que exigiu bastante dos últimos treinadores e causou desgaste até com a diretoria: administrar Gareth Bale. A atual conjuntura, inclusive, rende um desafio a mais em relação às temporadas anteriores, já que a saída de Cristiano Ronaldo redirecionou os holofotes do ataque merengue para o galês e suas críticas recorrentes.

Contratado por 100 milhões de euros em 2013, o que na época foi a transferência mais cara do futebol mundial, Bale nunca foi o protagonista definitivo que o Real esperava, mas sempre deu trabalho ao clube. Diferentes técnicos sofreram para lidar com o atacante em campo e nos bastidores.

Julen Lopetegui, recém-demitido, teve pouco tempo à frente do Real, mas adotou estratégia parecida à de Rafa Benítez em seus sete meses no comando: conversar com Bale e apostar no seu protagonismo. Ambos colheram alguns resultados, principalmente no início, mas não à altura do que era esperado.

Com Zidane, que ficou duas temporadas e meia no comando do time, Bale bem que tentou cavar um lugar de destaque, sem sucesso. Em campo, o treinador francês via pouca contribuição coletiva do atacante, além de apontar deficiências táticas. Como Zidane acumulava troféus da Liga dos Campeões, restou a Bale reclamar.

Acionar a diretoria do Real foi uma ferramenta constante do galês. Apontado como um jogador de confiança do presidente Florentino Pérez, responsável por sua contratação, Bale e seu empresário sempre tiveram canal direto com o dirigente, segundo a imprensa espanhola.

E protestos não faltaram. Posicionamento em campo, jogos na reserva e preparação física viraram temas de reivindicações. Ameaças de deixar o clube também fizeram parte de seu repertório, inclusive ao fim da última temporada, antes de Zidane oficializar sua saída.

Carlo Ancelotti, que treinava o Real quando Bale chegou, culpou um entrevero envolvendo Bale por seu desgaste com Florentino Pérez. Segundo o treinador, o presidente ouviu do atacante que ele queria jogar pelo meio e não mais aberto pelas pontas. Ao perguntar a Ancelotti o que ele faria a respeito, o italiano respondeu: “nada”. Depois disso, a relação com o dirigente nunca mais foi a mesma, de acordo com Ancelotti.

Depois da passagem relâmpago de Lopetegui, com quem Bale podia falar em inglês, como prefere, o atacante agora precisa convencer Solari de que pode ter o protagonismo que dele se espera. Na última quarta-feira, após um jejum de quase 600 minutos, ele voltou a fazer um gol na tranquila vitória sobre o tcheco Viktoria Plzen.

Mas Bale segue com o rótulo de jogador “ingovernável”, como recentemente o definiu o "El Confidencial". Seu futuro no Real Madrid deverá depender da relação entre o que produz em campo e o quanto reclama fora dele.