Tatuagem e vaga: como goleiro de surpresa colombiana supera morte da mulher

Quando o árbitro apitou o fim do jogo e o Atlético Bucaramanga sacramentou sua vitória por 3 a 0 sobre o Boyacá Chicó, no Campeonato Colombiano, o goleiro Luis Delgado correu em direção à arquibancada para abraçar seu filho de 9 anos. Ele chorava pela classificação antecipada à próxima fase, por ter voltado a atuar e, principalmente, de saudade.
Há cinco meses, Delgado perdeu sua mulher, Tatiana Garcia, para o câncer de mama. Foram seis anos de luta contra a doença. Reserva do Atlético Bucaramanga, surpresa do campeonato nacional, ele passou os últimos meses tentando se reerguer sem abandonar o futebol.
E quem o ajudou foi o filho de 9 anos, Matías. Alguns dias antes, o menino entregou um bilhete para o pai. Era uma mensagem de apoio e de incentivo que logo viraria a tatuagem mais especial do jogador.
“Papai, sei que para você é duro estar sem a mamãe, mas estarei sempre contigo. Te amo, papai. Você faz muitas coisas por mim e eu por você”, escreveu Matías, numa carta deixada sobre a cama do goleiro.
Segundo Delgado, a mensagem foi escrita depois de um dia agitado em que, à noite, ele percebeu que o filho estava com muitas tarefas do colégio atrasadas. Eles ficaram até tarde resolvendo as pendências até que o goleiro pediu para Matías ir dormir. Quando chegou a vez de Delgado ir descansar, lá estava o bilhete.
Então, diante do Boyacá Chicó, pela 16ª rodada do Clausura, Delgado estava novamente no banco de reservas quando o titular, Aguirre, precisou ser substituído. O Bucaramanga já vencia o jogo e precisava confirmar o resultado para ser o primeiro time a garantir, por antecipação, uma vaga na próxima fase. Delgado entrou em campo, não sofreu gol e saiu com a classificação.
O abraço no filho ainda no gramado, com ambos em lágrimas, emocionou a torcida. Pouco depois, essa união virou tatuagem: o goleiro decidiu eternizar na pele justamente o bilhete escrito por Matías.
“Automaticamente tudo de ruim passou [quando vi o bilhete]. A recarga de felicidade e ternura foi automática”, contou Delgado, dedicando a tatuagem e também a classificação a sua mulher. “Esse foi o momento que sonhamos juntos, Tati. Hoje você está feliz no céu acompanhando o seu marido novamente no gol”.




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