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Capitão do Cruzeiro, Henrique apoia VAR, mas ressalta: "ainda não é justo"

Washington Alves/Cruzeiro
Imagem: Washington Alves/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

08/10/2018 04h00

O empate por 1 a 1 contra o Boca Juniors, que acabou eliminando o time da Copa Libertadores, foi mais uma partida que o Cruzeiro questionou a utilização do VAR. Não bastasse a confusão que resultou na expulsão de Dedé no primeiro jogo, o clube voltou a disparar críticas contra a Conmebol, desta vez por causa da atuação de Andrés Cunha, árbitro que não utilizou o recurso em nenhum momento na partida da volta. Com um discurso menos agressivo que o presidente do clube e até que do técnico Mano Menezes, o capitão Henrique mostrou esperança sobre o uso da tecnologia, mas alertou para eventuais equívocos que ainda estão sendo cometidos.

"Toda mudança gera dúvidas, gera esses questionamentos, até a adaptação. É um período de adaptação em momentos decisivos, importantes, mas que irão trazer benefícios. Ainda não está sendo tão justo, mas será mais justo mais para frente e esperamos que dê certo para a melhoria do futebol", comentou o volante.

Desde que foi implantada na Copa do Brasil e na Libertadores, a utilização do VAR acabou dividindo opiniões em alguns jogos do Cruzeiro, seja em lances a favor ou contra o time mineiro. A começar pelo torneio continental, a diretoria celeste saiu extremamente insatisfeita com a atuação do árbitro Eber Aquino. O motivo foi a expulsão de Dedé após um choque com o goleiro Andrada. Mesmo utilizando o VAR, o juiz optou por aplicar o vermelho ao zagueiro, suspensão que foi anulada uma semana depois. Na partida do Mineirão, o Cruzeiro novamente reclamou da não utilização da tecnologia. Na interpretação do seu presidente, Wagner Pires, a nova expulsão de Dedé, assim como um toque de mão dentro da área e o gol anulado de Barcos poderiam ser revistos pelo árbitro Andrés Cunha, que não o fez.

Por outro lado, um adversário do Cruzeiro se diz prejudicado em um confronto contra a equipe celeste. Na Copa do Brasil, o VAR começou a ser utilizado nas quartas de final e passou praticamente despercebido nos jogos contra o Santos. Já na primeira partida contra o Palmeiras, o time paulista reclamou muito de um gol anulado nos últimos segundos do jogo. Apesar da orientação, o árbitro Wagner Reway anulou um gol dos anfitriões antes de a jogada terminar, o que impossibilitou uma possível revisão.

Em situação bem parecida com o jogo contra o Palmeiras, o Cruzeiro chegou a marcar um gol diante do Boca Juniors, mas o tento foi anulado por causa de uma falta de ataque da Raposa. Como o lance foi interrompido antes de Barcos balançar as redes, o árbitro também não pôde ser consultado.

É uma introdução de uma tecnologia no futebol, coisa que não havia. Nas palestras que dão para nós, explicam tudo, mas só a teoria. Na prática é totalmente diferente, cada árbitro tem um ânimo. Eu mesmo questionei o gol do Barcos. Eles pedem que só apite depois do lance terminar. Mas ele (árbitro Andrés Cunha) apitou antes e falou que já havia apitado e que, por isso, não poderia mais pedir o VAR. Isso era uma exigência e uma explicação que deram para nós.

Com a ausência do VAR no Brasileirão, o Cruzeiro terá agora somente mais dois jogos com a utilização do VAR, justamente os mais importantes do ano para o clube: as finais da Copa do Brasil contra o Corinthians. Para o ano que vem, é provável que o time mineiro volte a jogar com o recurso no início do ano, já que a Federação Mineira de Futebol pretende adotar a tecnologia a partir das semifinais do estadual.