Joia vendida pelo Inter é titular na Itália com 20 anos e sonha com seleção

Era janeiro de 2016 e o Internacional aceitava uma proposta da Juventus, da Itália, pelo lateral esquerdo Rogério, que na época tinha 18 anos. Sem jamais realizar uma partida sequer no time principal, a promessa foi atuar na Europa. Dois anos depois, o jogador está justificando a aposta e se firmou como titular mesmo com pouca idade.
Não é na Juve, mas na Série A italiana. Rogério, hoje com 20 anos, vive a segunda temporada de empréstimo ao Sassuolo e disputou todas as sete partidas de sua equipe no Campeonato Italiano. Tem 555 minutos em campo e neste domingo pode aumentar marca na partida contra o Napoli.
A trajetória do jovem não começou diferente de tantos outros meninos que sonham em virar jogadores de futebol. Muito esforço, poucas chances, até o Colorado.
"Eu saí de casa com 12 anos para fazer uma peneira no Inter (Rogério é natural de Nobres-MT). Não fui aprovado e continuei rodando o Rio Grande do Sul atrás de um lugar para jogar. Depois de muitas promessas de chance na base, resolvi que seria o momento de voltar para casa e estudar. Mas Deus me deu uma última chances no Inter através de um olheiro (Popéia, ex-atacante dos anos 1970). Fiz uma avaliação de cinco dias, fui aprovado, e consegui seguir minha carreira", contou ao UOL Esporte.
A negociação para a Juventus veio depois de convocações para seleção brasileira. Rogério tinha se destacado no Mundial Sub-17 e despertou interesse de dirigentes italianos. Acabou negociado por 1,5 milhão de euros (R$ 6,6 milhões na cotação atual), com o Inter mantendo 20% dos direitos econômicos dele, para efetivar em uma próxima venda.
"Surgiu interesse da Juventus e de alguns outros clubes depois do Mundial Sub-17. Fiquei muito feliz, mas era uma coisa que eu não esperava. Era mais um sonho de menino. Certo que tive algum medo, afinal era muito jovem e a negociação com o Inter também não foi nada fácil. Mas graças a Deus tive o apoio da minha família e daqueles que me assessoram para uma saída tranquila", contou.
Ficou o desejo de ter chegado ao principal. A direção do Inter justificou a saída de Rogério na aposta em três jogadores: Artur (hoje no Vorskla, da Ucrânia), Geferson (atualmente no CSKA Sofia, da Bulgária) e Raphinha (atualmente no Ypiranga-RS).
"Jogar num clube como o Inter é marcante para qualquer atleta, mas entendo também as escolhas que fizeram para meu crescimento como jogador", afirmou. "Sempre tive sonho de jogar na Europa. O interesse maior surgiu depois de ver o esforço da Juventus pela minha saída. Foi muito gratificante ver todo esforço sendo reconhecido por um dos maiores clubes da Europa. Era uma proposta que mudaria não só a minha vida, mas da minha família. Eram muitos fatores que pesaram para eu sair", completou.
Rogério não se considera injustiçado pela falta de oportunidades e até espera voltar um dia para o Colorado.
"Tenho um amor muito forte pelo Inter, sempre fui bem recebido por todos no clube. Seria muito gratificante voltar um dia e poder fazer algo importante por este clube imenso", explicou. "Respeito muito as escolhas que o clube fez naquela época. (Artur, Geferson e Raphinha) Eram jogadores que vinham fazendo um bom percurso na base e no profissional. E o mais justo era que tivessem oportunidades. Infelizmente não conseguiram se firmar. Mas ao Inter eu só tenho palavras de agradecimento. Foi o clube que me deu oportunidade de crescer como atleta e pessoa, tem grandes profissionais na base que sabem muito bem a importância de seus trabalhos com os jovens", lembrou.
Hoje Rogério vive a segunda temporada com o Sassuolo, novamente por empréstimo. Antes da oitava rodada, o time verde e preto ocupava a quinta posição na classificação.
"Fico feliz pelo momento que estou vivendo, aprendendo muitas coisas, passo a passo virando um jogador mais completo. Ainda tenho muito para aprender, mas me sinto cada vez mais solto em campo. Creio que será uma temporada de aprendizado e grandes emoções", explicou. "Começamos muito bem o campeonato, fizemos uma excelente pré-temporada e assimilamos bem as ideias e conceitos do nosso treinador. Temos que pensar jogo a jogo, o campeonato está no começo", completou.
Além do Mundial Sub-17, o lateral esquerdo também esteve com a seleção brasileira Sub-20 no Sul-Americano da categoria no ano passado. Agora o sonho também está ficando maior e passa a ser a seleção principal.
"A concorrência é sempre muito grande. Sempre tive a honra de ser convocado nas seleções Sub-17 e Sub-20. Creio que estou fazendo um percurso importante na Itália e não tenho pressa. Quando você faz as coisas bem, a oportunidade aparece. A seleção vem fazendo um trabalho muito bom e tem avaliado muitos jogadores, dando oportunidade a todos. Se o Tite achar que eu mereço a minha, vou fazer o melhor para quando chegar eu estar pronto", finalizou.
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