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Preterido por Oswaldo, Adilson ganhou Gallo e Larghi para ficar no Atlético

Adilson, volante do Atlético-MG - Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG
Adilson, volante do Atlético-MG Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

04/10/2018 04h00

Adilson percorreu um longo caminho até a renovação do contrato com o Atlético-MG, sacramentada na última terça-feira (2), em reunião entre o diretor Alexandre Gallo e o empresário Cristiano Manica. Ele chegou ser colocado como carta fora do baralho no clube, mas mudou a sua situação sob a batuta de Thiago Larghi.

Contratado por Eduardo Maluf a pedido do técnico Roger Machado em fevereiro de 2017, o volante estava fora dos planos do Atlético no início deste ano.

Oswaldo de Oliveira, treinador da equipe à época, o liberou para jogar a Flórida Cup com jovens das divisões de base. A intenção era usar Arouca na função de primeiro volante e deixar que o meio-campista de 31 anos se transferisse para outra equipe. Ciente da preferência do antigo chefe da comissão técnica, Adilson aceitou o fato e viajou aos Estados Unidos para jogar o torneio amistoso.

Ao voltar para o Brasil, ficou entre os reservas devido à preferência da comissão. Assistiu aos quatro primeiros jogos do ano do banco e foi acionado no empate por 1 a 1 com o Atlético-AC, pela primeira fase da Copa do Brasil. Oswaldo foi demitido dois dias depois. Coincidentemente, Adilson se tornou titular na partida seguinte, a primeira da equipe sob a batuta de Larghi.

A troca no comando permitiu que o meio-campista se reerguesse na Cidade do Galo. Mais utilizado, ganhou lugar cativo na equipe. Desde a mudança, disputou 29 jogos, todos na condição de titular.

O futebol apresentado no período pré-Copa do Mundo, quando formou o meio-campo ao lado de Gustavo Blanco, hoje lesionado, foi o suficiente para Adilson ganhar Larghi e a torcida. O treinador ficou convencido de que o volante de 31 anos estava entre os principais nomes do elenco para a função.

Em meio a tudo isso, Gallo iniciou as conversas para renovar com o atleta. A primeira negociação ocorreu em maio. Ainda sem estar convencido da necessidade de manutenção do jogador, o diretor de futebol ofereceu a extensão contratual por dez meses. A ideia era ampliar o vínculo de fevereiro de 2019 para dezembro do mesmo ano.

De lá até outubro, houve ao menos mais quatro reuniões entre as partes. O Atlético, sempre representado por Gallo, tentava um tempo inferior de contrato, enquanto Adilson e seu estafe tentavam um vínculo até o fim de 2021.

A duração do novo vínculo, considerada curta pelo estafe de Adilson, se tornou tema principal do debate. Contudo, um aspecto, além do futebol, fez o dirigente se render ao volante e acelerar a renovação: a postura extracampo do jogador.

Sereno e avesso às polêmicas, o meio-campista jamais se queixou sobre a negociação arrastada. A reserva com Oswaldo nunca foi motivo de reclamação do atleta também. Com o perfil considerado ideal pela cúpula, Adilson convenceu Gallo de que poderia ficar mais tempo.

As conversas foram concluídas na última terça-feira (2), e Adilson também cedeu para acertar um novo contrato. O jogador assinou o documento no dia seguinte, mais especificamente na manhã de quarta-feira (3). O compromisso do volante se encerrará em dezembro de 2020.