Willian bate recorde de 2017 e justifica fuga do rótulo de talismã

No futebol, o talismã é normalmente aquele jogador que entra e resolve quando o time mais precisa. Apesar de levar consigo o caráter decisivo, o rótulo é sempre usado para atletas que saem do banco de reservas e não atuam com frequência. É por isso que Willian, do Palmeiras, nunca gostou de carregá-lo com ele.

Apesar de ainda ter pelo menos mais um mês e meio de temporada pela frente, o jogador já bateu o recorde de participações em jogos durante todo 2017. São 53 partidas oficiais disputadas em 2018, com 15 gols marcados. O número aumenta para 56 duelos e 16 gols se considerados os amistosos. No ano anterior, ele entrou em campo em 52 ocasiões e balançou as redes por 17 vezes. Com amistosos, o número sobe para 53.

Como é titular nos jogos de mata-mata, o atacante tem ficado no banco de reservas do Brasileirão. Quando o encontro apresenta dificuldades, ele é um dos primeiros escolhidos por Felipão para tentar mudar o jogo. Foi assim contra o Sport, com o gol da vitória momentos depois de entrar, e contra o Cruzeiro, iniciando a jogada que terminou em pênalti para Gustavo Gomez converter.

"Nunca gostei de ser talismã. Respeito as opiniões, mas já falei algumas vezes que eu tenho mais de 70% ou 80% de jogos como titular do Palmeiras. Não é demérito nenhum ficar como opção no banco. Por tudo o que o Felipão tem feito, mesclando todos os jogadores. Isso é importante. Todos respeitam. Eu joguei na Copa do Brasil, na Libertadores e fiquei como opção no Brasileiro, mas sempre quero jogar, não pode estar acomodado de estar no banco", afirmou o atacante, em entrevista coletiva nesta terça-feira.

Willian tem os dados certos: ele atuou em 39 vezes como titular, o que o coloca como primeira opção em 73% das vezes em que jogou, e é o atleta que esteve em mais partidas em toda a temporada. Em 2017, ele foi o 4º que mais entrou em campo, só atrás de Tchê Tchê, Keno e Fernando Prass.

Sua regularidade já foi premiada com uma renovação de contrato e um aumento de salário em agosto deste ano. O "Bigode" assinou seu novo vínculo até 2021 e vai em busca de mais recordes com a camisa alviverde. Em um ano e meio, por exemplo, ele já tem a expressiva marca de terceiro maior goleador do Allianz Parque, com 14 tentos, atrás de Dudu e Borja.

"Eu quero ser importante. Claro que quero ser valorizado, e isso aqui não posso deixar de falar. Um ano e meio que estou aqui e consegui o meu contrato renovado, sendo valorizado, reconhecido pelo presidente, diretoria e clube. A gente tem todo o respaldo do torcedor, e isso nos alegra bastante", comemorou.

"Quero, cada vez mais, colocar em prática a regularidade, entrega e força de vontade. De vez em quando a gente sabe que vai sobrar uma bola e estar preparado para fazer os gols. E não ligo para ser o cara do time. Cada um tem o seu valor. Temos que respeitar. Quero ser útil para dentro da equipe", finalizou.