Inter fará julgamento e pode deixar dirigentes inelegíveis por 10 anos

Em entrevista coletiva, o Internacional revelou os próximos passos da sindicância que apura suposta gestão temerária e irregular do clube no biênio 2015/2016. Após a organização de relatório sobre o caso que aponta quatro ex-dirigentes como responsáveis por uma série de irregularidades, um julgamento pode tornar todos inelegíveis por até 10 anos.
Cinco dos 15 itens estudados no relatório foram definidos como configurantes de gestão temerária ou irregular. Adiantamentos em valores dos cofres do Internacional de aproximadamente R$ 10 milhões, pagamento de fatura de cartões de crédito de forma irregular, R$ 1,1 milhão em pagamentos para empresas de obras não verificadas no Beira-Rio e gastos considerados exorbitantes com refeições no cartão corporativo do clube.
Um dos itens apontados foi considerado complexo demais para o âmbito do clube e será repassado aos cuidados do Ministério Público, que já trabalha no caso.
Os ex-dirigentes Vitório Píffero, Pedro Affatato, Alexandre Limeira e Emídio Marques Ferreira foram responsabilizados. A lei 13.155, a lei do Profut, em seu artigo 23, determina que "caso constatada a responsabilidade, o dirigente ficará inelegível para qualquer cargo eletivo em entidades desportivas profissionais em prazo de 10 anos".
E para que isso ocorra ou não, o Internacional irá realizar uma espécie de 'julgamento interno' no Conselho Deliberativo. Com o encerramento do trabalho da Comissão Especial que apurou os fatos, no último dia 26 os dirigentes foram intimados a se manifestar. O prazo de 10 dias úteis vence no próximo dia 10 e a partir dele que será determinada data de uma sessão extraordinária no Conselho Deliberativo para votação de aplicação da lei. A tendência de data aponta para segunda quinzena de outubro. Os conselheiros irão decidir através de votação pela inelegibilidade dos quatro dirigentes.
"Talvez sejamos o primeiro ou um dos primeiros clubes do país a fazer isso. É um momento histórico importante e está dentro dos valores que nós do Internacional prezamos. Uma sociedade democrática regida por normas aplicadas a todos. É importante isso, queremos dar a melhor abertura e transparência neste caso. Todos têm direito a um julgamento justo", disse Sérgio Juchem, presidente do Conselho Deliberativo do clube.
Ressarcimento é próximo passo
Uma vez comprovado pelo Ministério Público as irregularidades que por ele são avaliadas, o Internacional poderá entrar contra os responsabilizados com uma ação solicitando o ressarcimento dos valores que deixaram os cofres da agremiação. Porém, primeiro todos os trâmites precisam ser respeitados.
A pena ainda pode ser ampliada. O relatório da Comissão Especial será repassado à Comissão de Ética e Disciplina e à Ouvidoria do clube. Dependendo da avaliação de outros pontos apontados, os ex-dirigentes podem ser expulsos do Conselho e do quadro social do Inter.
"A comissão formou sua convicção e nossa decisão é muito clara. Os cinco fatos são muito bem fundamentados, fizemos questão de descer nos detalhes, de ir a fundo para demonstrar exatamente nossa convicção e não deixar dúvida. Nós não temos condições de quebrar sigilo bancário ou fiscal, e este algo mais é uma resposta que talvez ainda surja brevemente, mas nós não temos todas as respostas porque não temos condições de quebrar o sigilo", explicou o presidente da Comissão Especial, Ubaldo Flores.
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