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Reformulação com vaga na final é 1ª grande vitória de Andrés desde retorno

Corinthians, de Andrés Sanchez, disputa final da Copa do Brasil com Cruzeiro - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Corinthians, de Andrés Sanchez, disputa final da Copa do Brasil com Cruzeiro Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques*

Do UOL, em São Paulo

01/10/2018 04h00

Com um estilo de administrar muito distinto ao antecessor Roberto de Andrade, o atual presidente Andrés Sanchez, eleito em fevereiro, teve na última quarta-feira (26) a primeira grande vitória efetivamente com a marca de sua gestão. A passagem à final da Copa do Brasil, sobretudo contra um Flamengo com nível maior de investimento, referendou algumas decisões de Sanchez na reconstrução de uma equipe que sofreu baixas depois de vencer o Paulistão.

Com a ajuda do então diretor de futebol Flávio Adauto e do gerente Alessandro Nunes, Roberto resistiu a ofertas do exterior por jogadores como Guilherme Arana, Rodriguinho e Jô ao longo da temporada 2017, o que chegou até a gerar insatisfação por parte do meia. Era uma mudança histórica de uma conduta administrativa de realizar transferências que fossem do interesse dos jogadores, um raciocínio comum de Sanchez e do próprio Roberto em outros momentos.

Neste ano, com a volta de Andrés ao cargo, o Corinthians voltou a seguir essa linha de raciocínio. O presidente entende que não tinha condições financeiras de equiparar ofertas como as que levaram Rodriguinho e Maycon ao exterior. E acredita que o departamento de futebol se oxigena pela manutenção apenas de jogadores que estejam totalmente envolvidos com os objetivos do clube na temporada.

A vitória sobre o Flamengo serviu para o mandatário afirmar a conclusão que baseou a reformulação recente do time, com novos titulares como Léo Santos, Danilo Avelar, Douglas e Mateus Vital. Sem a mesma capacidade para investir de outros momentos, Sanchez tem uma linha crítica sobre a forma como clubes rivais como Fla e Palmeiras gastam pesado nos últimos anos para formar elencos. A linha defendida por Andrés, que preencheu o elenco do Corinthians com apostas de times menores para o futuro, é de que esse tipo de planejamento pode ter efeito destrutivo com o passar dos anos.

Com uma maneira de administrar de muito foco e presença sobre o futebol, o presidente acabou até elogiado por Jair Ventura na última quinta. "Um cara presente, que está todo dia praticamente nos treinos, que chega muito cedo e é o último a ir embora. Ele fala a verdade, olha na sua cara e diz o que gostou e não gostou. É transparência. Fico feliz de trabalhar com ele, nós precisávamos de mais presidentes assim, ele é diferente nesse aspecto", comentou.

Se há algo que fugiu do script desenhado por Sanchez, entretanto, foi o resultado da troca de Fábio Carille por Osmar Loss. O presidente não demonstrava grande confiança no trabalho do técnico, que saiu para a Arábia Saudita com um contrato fora dos padrões brasileiros. Loss, a escolha caseira para comandar a reformulação, mostrou fragilidades no cargo e exigiu uma correção de rota para Jair Ventura. A ideia de Andrés, agora, é preparar Osmar para uma nova chance no futuro.
* Colaboração de Pedro Ivo Almeida, do UOL, no Rio de Janeiro