Inter vence preconceito de 2016 e abraça cruzamento como arma ofensiva
A arrancada que levou o Internacional até as primeiras posições do Campeonato Brasileiro se sustenta em uma defesa sólida. Mas para bater os adversários é necessário fazer gols, e o caminho predileto para isso são os cruzamentos. Alvo de preconceito em momentos ruins do time, a bola alçada para área sustenta a trajetória na competição até então.
Em sua última temporada de Série A antes de 2018, o Inter abusava dos lançamentos, seja da defesa ao ataque buscando o centroavante ou quando se aproximava da área adversária. Especialmente quando treinado por Argel Fucks, no começo da competição, time vermelho tinha o cruzamento como principal arma. E não foi tão diferente com Celso Roth, Falcão ou Lisca, que completaram o quarteto que comandou o Inter no ano do rebaixamento.
A temporada 2016 deixou um estigma. O lançamento para área passou a ser alvo de preconceito. Virou sinônimo de falta de repertório ofensivo e uma estratégia que o time buscou evitar no início da reconstrução, até por incomodar a torcida.
Mas os números deste Brasileiro colocam tal lance como responsável por metade dos gols do Colorado.
São 32 marcados no torneio, e 16 nasceram em cruzamentos. Foram 30 gols de dentro da área, oito de cabeça, segundo estatísticas do Footstats. O Inter concluiu 170 vezes dentro da área adversária, em 82 delas acertou o gol, gerando aproveitamento de 48,2%. Nestas conclusões, 58 foram de cabeça, com 39,6% de aproveitamento.
A conclusão qualificada das jogadas é possível graças ao bom aproveitamento nos cruzamentos. O Inter é o terceiro time que mais cruza para área adversária no Brasileiro em números absolutos. Levou perigo à meta do oponente 624 vezes, ficando atrás de Bahia e Chapecoense. Uma média de quase 25 cruzamentos por jogo. E é o líder do nacional em aproveitamento, com 23,9%.
Nico López é o jogador que mais cruza e mais conclui no Inter, mas o principal cabeceador é Leandro Damião, com 15 tentativas e acerto de 40%. O segundo é Rodrigo Moledo, com 11.
Segundo o técnico Odair Hellmann, não se trata de uma bola alçada para área de qualquer forma, mas sim de uma jogada trabalhada nos treinamentos para entrada de um central do lado oposto como elemento surpresa, já que a defesa adversária normalmente fica atenta ao centroavante.
Foi assim, por exemplo, que nasceu o gol da vitória no clássico Gre-Nal, com Uendel colocando a bola em condições de conclusão para Edenílson, de cabeça, estufar as redes de Marcelo Grohe.
Contra a Chapecoense, na última segunda-feira, o único gol do Inter foi de pênalti. Mas no fim do jogo, após Leandro Damião desperdiçar outra cobrança defendida pelo goleiro Jandrei, D'Alessandro encontrou o centroavante na área em um cruzamento, e a conclusão por pouco não entrou.
O Internacional volta a campo no domingo para encarar o Corinthians. Com 49 pontos, a equipe gaúcha é vice-líder do Brasileiro.
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