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Punido, jurídico do Palmeiras critica TJD por adiar julgamento sobre final

Palmeiras tenta impugnar na justiça a final do Paulista contra o Corinthians - THIAGO BERNARDES/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Palmeiras tenta impugnar na justiça a final do Paulista contra o Corinthians Imagem: THIAGO BERNARDES/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

06/06/2018 12h52

O diretor jurídico do Palmeiras, Alexandre Zanotta, criticou o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) por adiar o julgamento do recurso do clube sobre a impugnação da final do Campeonato Paulista. Segundo o presidente do tribunal, delegado Antônio Olim, a pauta foi atrasada em razão da greve dos caminhoneiros, que transferiu os processos da semana passada para a sessão da última segunda-feira (4), quando deveria ter ocorrido a análise do recurso.

O próprio Zanotta, aliás, foi punido na última segunda com 30 dias de suspensão por críticas anteriores ao TJD. Ele havia afirmado que o tribunal queria "engavetar o quanto antes" o caso, sem apurar se de fato houve interferência externa na arbitragem na final contra o Corinthians. No mesmo dia, o presidente Maurício Galiotte teve seu recurso julgado e seu gancho de 45 dias mantido por dizer que o campeonato estava "manchado", mas o clube não terá mais que pagar multa de R$ 10 mil.

"A gente fica intrigado com uma coisa: por que um caso tão irrelevante como o do Galiotte já teve julgamento em segunda instância, analisando o mérito e punindo o presidente, e o caso que teoricamente seria o mais relevante do futebol paulista dos últimos tempos (a impugnação da final) ainda não foi analisado, é sistematicamente adiado e provavelmente não terá sequer análise de mérito, sendo que ninguém será punido? Muito curioso", disse Zanotta.

Com o adiamento, o pleno do TJD vai analisar o recurso sobre a impugnação da final na próxima segunda (11). O caso já está na pauta do tribunal para o dia.

O diretor palmeirense ainda minimizou os efeitos práticos da própria suspensão, que o proíbe de exercer atividades como frequentar vestiários em dias de jogos. "Eu entendo que minha função não é jurisdicionada pela justiça desportiva, por isso a punição não atrapalhará minhas funções no dia a dia. Esse tipo de atitude faz com que a justiça desportiva perca a credibilidade".

Entenda o caso

O Palmeiras entrou com o recurso no TJD após Olim indeferir o pedido de impugnação inicial sem julgar o mérito, alegando que o clube havia perdido o prazo de dois dias após a divulgação da súmula do jogo para entrar com a ação. Já o alviverde sustenta que fez o pedido dentro do tempo correto e tenta fazer com que o caso vá a julgamento.

Além do recurso no TJD, o Palmeiras também entrou com um mandado de garantia no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar obrigar o tribunal paulista a julgar o mérito da questão. O presidente Ronaldo Piacente, porém, preferiu esperar a decisão do TJD sobre o recurso e indeferiu o pedido.

No pedido de impugnação, o Palmeiras aponta diversas contradições nos depoimentos das testemunhas que falaram ao TJD durante o processo de inquérito instaurado pelo tribunal. O clube contratou a Kroll, empresa privada de investigação, para tentar provar que a equipe de arbitragem recebeu informações externas de forma ilegal na partida.