Topo

Palmeiras vai da empolgação à turbulência interna em apenas três jogos

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

31/05/2018 04h00

Mais uma vez, o Palmeiras sofre com a grande pressão construída sobre si mesmo e vive um novo ponto negativo na temporada após alguns resultados ruins. Três jogos sem vencer já bastaram para que a equipe passasse da empolgação, impulsionada pela grande fase de Miguel Borja, ao que o técnico Roger Machado admitiu ser um "momento de turbulência", que ficou evidente após a derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro na última quarta-feira.

Na semana passada, o clima era de ânimo após as vitórias por 3 a 1 sobre o Junior Barranquilla, que garantiu a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores com três gols de Borja, e por 3 a 0 sobre o Bahia, no Brasileirão, com mais uma boa apresentação do colombiano. Comissão técnica e jogadores traçavam como meta embalar no campeonato nacional para chegar à parada da Copa do Mundo entre os quatro primeiros colocados.

Só que desde a saída de Borja, pré-convocado pela seleção colombiana, o time não se encontrou. Primeiro, um empate por 1 a 1 com o América-MG pela Copa do Brasil, no que Roger considerou a pior partida do ano, mas que foi suficiente para classificar o time às quartas de final. Depois, derrotas consecutivas no Brasileiro para o Sport, por 3 a 2, em casa, e a mais recente para o Cruzeiro.

No Mineirão, novos focos de insatisfação apareceram. Dudu, que até pouco tempo era o capitão do time, saiu muito irritado após ser substituído por Roger; o treinador minimizou a atitude após o jogo e disse que o assunto seria resolvido internamente. Depois, o meia Moisés falou que há problemas "individuais e coletivos" na equipe, mas que não era o caso de citar nomes.

"Do mesmo jeito que, quando ganha, a gente vê elogios, tem que saber conviver com momentos de crítica. Saber o que está fazendo de bom e o que está fazendo de errado, e trabalhar para mudar a situação. Tem aspecto individual, tem aspecto coletivo. Isso a gente não precisa expor exatamente quem é, ou o que é, porque é um conjunto, coletivo. Precisam melhorar todos, então vamos sentar, conversar e trabalhar para dar a volta por cima", disse o camisa 10.

Esse não é o primeiro momento de instabilidade vivido pelo Palmeiras na temporada. A tônica do time em 2018 é alternar fases de calmaria com períodos de irritação da torcida. Nas três ocasiões em que isso havia acontecido até então, fora justamente após derrotas para o Corinthians. Desta vez, porém, a queda de desempenho é mais acentuada e coloca pressão para o clássico contra o São Paulo, no próximo sábado (2).

Depois da partida no Mineirão, o nome de Roger se tornou o mais comentado do Brasil no Twitter, com a maioria de palmeirenses criticando seu trabalho ou pedindo sua demissão. O Palmeiras ocupa atualmente a 10ª colocação do Brasileiro, cinco pontos atrás do líder São Paulo.