Discreto e com "espião", sucessor de Jardine tenta 1º taça no sub-20 do SP
Conseguir sobreviver e prosperar no São Paulo confuso e turbulento dos últimos anos fez de André Jardine uma figura quase intocável no clube. Depois de ganhar quase tudo na base, o técnico foi levado para a comissão técnica profissional em março e abriu caminho para Orlando Ribeiro crescer. Uma missão de peso para o sucessor, que já pode responder em grande estilo logo em sua primeira competição à frente do sub-20 tricolor.
Neste sábado, às 10h45, com transmissão da ESPN Brasil, o São Paulo visita o Corinthians em Itaquera pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil da categoria. A volta será no sábado seguinte, no Morumbi. Orlando Ribeiro tem a responsabilidade de provar que a hegemonia são-paulina construída por Jardine pode persistir na competição. Afinal, é a terceira final em quatro edições com a participação do Tricolor, campeão duas vezes.
A conquista de 2015 deu início à trajetória de sucesso do agora auxiliar de Diego Aguirre. Ao todo, Jardine conseguiu levar o sub-20 a 11 finais, com sete títulos faturados: Copa Ouro (2016), Campeonato Paulista (2016), Copa RS (2015 e 2017), Copa do Brasil (2015 e 2016) e Copa Libertadores (2016). No geral da carreira, com passagens por Internacional e Grêmio, são 40 taças.
Assim, o sarrafo subiu para Orlando Ribeiro. O parâmetro é alto, mas não pense que o técnico de 51 anos também não tem sua própria lista de troféus para defender. À frente do sub-17 do São Paulo, ele ganhou até mais do que Jardine. Foram oito conquistas, incluindo a badalada - e inédita para o clube - Taça BH (2016 e 2017).
De um lado, Jardine cuidou de nomes como David Neres e Luiz Araújo. Orlando responde com Brenner e Helinho. Ambos ajudaram ainda o Tricolor a estabelecer um padrão para as categorias de base. Os times jogam de forma semelhante, prezando por toque de bola desde a defesa, apostando em formações que podem variar em uma mesma partida, jogadores versáteis e muita intensidade. Qualquer semelhança com o que é feito hoje no profissional com Aguirre não é mera coincidência.
Mas há também uma distância entre André Jardine e Orlando Ribeiro. O primeiro é mais enérgico, canta o jogo o tempo todo para os atletas em campo, inclusive para dar broncas. O atual comandante do sub-20 tem perfil mais discreto. As duras ficam para o vestiário, no reservado, e as orientações são mais pontuais durante as partidas.
E para continuar com sua trajetória vitoriosa no São Paulo e manter o nível estabelecido por Jardine, Orlando conta com um aliado importante. Marcos Vizolli é técnico do sub-19 e auxiliar do sub-20. Conhece os atletas mais novos lapidados por Orlando e os mais velhos deixados por Jardine. Além disso, ainda tem uma estratégia "secreta".
Vizolli costuma assistir aos primeiros tempos dos jogos das arquibancadas. Considera ser melhor para observar o rendimento do time. No intervalo, então, desce para trocar informações com Orlando Ribeiro e permanece no banco de reservas ao longo das etapas finais. Entrosamento e mais um sinal da ideia de padronizar o estilo de jogo em todas as categorias do Tricolor.
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